Faróis acesos mais uma vez

faróis 2014

A 3ª Mostra Faróis do Cinema começa amanhã (terça) na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Vai prestar uma homenagem a Eduardo Coutinho com a exibição da cópia restaurada de Cabra Marcado para Morrer. Os diretores presentes para conversar sobre suas admirações e influências no cinema serão João Moreira Salles, Eduardo Nunes, Tata Amaral, Evaldo Mocarzel, Murilo Salles, Walter Carvalho, Tetê Moraes, Antonio Carlos da Fontoura e João Batista de Andrade. Seria difícil imaginar um time mais respeitável.

Além dos debates e das exibições de filmes dos próprios cineastas e de seus diretores “farolados”, haverá uma oficina de crítica de cinema com Leonardo Luiz Ferreira. A programação completa pode ser conferida no site Faróis do Cinema.

Foram também na Caixa as duas edições anteriores da mostra, em 2010 e 2011. A ideia de exibir filmes e organizar encontros a partir das consultas que eu fazia a cineastas brasileiros no extinto DocBlog partiu de Marcelo Laffitte e Mariana Bezerra, que continuam até hoje à frente dos trabalhos. Nas duas primeiras, eu fui o curador e debatedor. Dessa vez, as respectivas funções ficam com Laffitte e Andrea Cals.

“Faróis” foi um termo que “pegou”. Hoje é comum ouvir críticos, jornalistas, cinéfilos e até realizadores usarem o termo para designar um filme ou diretor de grande influência, alguém que ilumina o caminho dos outros. Coutinho foi certamente um dos fachos mais brilhantes do cinema brasileiro recente. Basta consultar os filmes apontados pelos diretores como fundamentais em sua formação e lá estará o Cabra entre os mais citados. Foi inesquecível o encontro dele com Vladimir Carvalho em torno do mesmo Cabra na mostra de 2011.      

Os encontros são sempre interessantes e esclarecedores, pois os cineastas convidados falam de seus próprios filmes mas sobretudo daqueles que tiveram grande importância na visão de cinema que eles construíram. As mesas reunindo duplas servem também para conferir uma dinâmica especial, em que as trocas e diálogos superam a abordagem individualista da obra de cada um.

Particularmente, fico feliz de ver uma ideia simples, lá de 2007, prosperar ainda hoje e ajudar a pensar sobre a trama de cinefilia e invenção que constitui o cinema brasileiro.   

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