O aqueduto romano de Segóvia, a ponte romana de Salamanca (ambos do século I DC) e as muralhas de Ávila (séc. XI) são marcos incontornáveis dessas três cidades da comunidade autônoma de Castilla y León, noroeste da Espanha. Eu e Rosane as conhecemos em 2010, quando gravamos esses vídeos que editei recentemente.
São cidades com muita coisa em comum, mas também certos traços de identidade própria. Em comum têm o clima ameno, a frequência de cegonhas fazendo ninho nos telhados e a grande quantidade de belas igrejas católicas e edificações classificadas como patrimônio histórico. Consta que Castilla y León reúne 60% de todo o patrimônio arquitetônico, cultural e artístico da Espanha.
O que as distingue, porém, não deixa de ter importância. Segóvia (foto acima) é uma cidade serena e acolhedora, propícia a que nos percamos em suas ruelas tranquilas e praças animadas por escolares e famílias. A catedral e o Alcázar (palácio-castelo em forma de proa de navio no alto de uma colina) são lugares a merecer visita prolongada.
Salamanca é a mais agitada das três, muito em função da sua universidade, a mais antiga da Espanha e a quarta a ser fundada na Europa. Depois de localizar a famosa pequena rã no emaranhado da fachada plateresca da universidade, o turista pode flanar pelos interiores e conhecer vetustas salas de aula equipadas com velhos bancos de madeira. A magnífica Plaza Mayor de Salamanca é uma festa permanente, com jovens espalhados pelo seu piso e espetáculos variados. Quando lá estávamos, uma equipe de acrobatas exercitava-se numa torre móvel de metal.
Outras atrações esplêndidas de Salamanca (foto abaixo) são a catedral e várias outras igrejas, assim como a curiosa Casa de las Conchas, o Palácio La Salina e o Convento de las Dueñas. São todos prédios ricos em decoração nos estilos mourisco, plateresco ou renascentista. Na Igreja de la Purissima pode-se contemplar ao vivo o famoso quadro da virgem La Purissima, de José Ribera, instalado no altar-mor.
Uma curiosidade inesperada de Salamanca é um museu do pré-cinema, dotado de réplicas de kinetoscópios, zootrópios, lanternas mágicas, etc, pertencente à Filmoteca de Castilla y León.
Ávila, por fim, é a mais plácida e menos povoada das três cidades. Do lado de dentro das suas imponentes muralhas quase tudo gira em torno de Teresa de Ávila, conhecida como Santa Teresa de Jesus. A escritora, religiosa e fundadora de diversos conventos nasceu e viveu a maior parte de sua vida em Ávila. Há duas praças e duas igrejas dedicadas a ela. Uma das igrejas foi edificada no local onde ela nasceu e ainda preserva uma pequena horta em que ela supostamente plantava.
O vídeo Ávila, Casa da Santa tem trilha musical de Arvo Pärt, do álbum Da Pacem. Em Salamanca, la Dorada, utilizei músicas de Manoel DeFalla, o Capricho Espanhol de Rimsky-Korsakov e uma canção típica do grupo Los Salmantinos. Por sua vez, Acordes de Segóvia vai embalado por composições autorais do violonista Andrés Segovia – que, apesar do nome, nasceu em Linares, Andaluzia.



que lindo! Adorei 🙂
Adorei você ter adorado, Flavinha.