O muro dentro da família
Mais que tudo, CONSTRUINDO PONTES é um exemplo da polarização política que se estabeleceu em tantas famílias brasileiras nos últimos três anos.
Mais que tudo, CONSTRUINDO PONTES é um exemplo da polarização política que se estabeleceu em tantas famílias brasileiras nos últimos três anos.
QUASE MEMÓRIA é a invenção que atravessa o tempo e as idades para demolir a clausura do presente. Um filme espantoso.
Em sua calma observação da vida dos índios Paiter-Suruí, em algum lugar de Rondônia, Luiz Bolognesi mapeia a descaracterização cultural do grupo e a melancolia que acompanha esse processo.
Depois de “Budrus”, Julia Bacha nos brinda com mais um amálgama inseparável de saga política e aventura humana admirável.
Cao Guimarães é um poeta da fenomenologia das imagens e do tempo. Sabe que a espera tem muitos sentidos. É tanto a de quem aguarda como a de quem deseja ou torce por alguma coisa.
O filme de Maria Augusta Ramos vai ficar como um documento excepcional para a memória e o esclarecimento do que se passou com o Brasil em 2016.
Nos muito silêncios e nas poucas e fortes palavras do diretor, irrompe a emoção de um homem que usa o cinema para curar-se. No caminho, emociona também a nós.
Para além dos fatos e das emoções em jogo, o filme incorpora a discussão sobre a política de guerra adotada pela PM carioca, uma das mais letais e também mais vitimadas do mundo.
Com grande eloquência e clareza expositiva, MISSÃO 115 aponta o atentado do Riocentro como um escândalo ainda não totalmente esclarecido. E um alerta para a escalada de aventureiros fascistas que hoje nos assombra quase tanto como naquela época.
Afora uma ou outra exceção, os chineses têm mais carisma e desenvoltura que a média dos brasileiros no filme original de Coutinho. Sem falar no repertório de gestos, que é um atrativo à parte.
Uma extraordinária pesquisa de personagens, locais e arquivos sustenta um roteiro impecável de thriller, com tintas de análise política e toques de comédia. Prova de que um documentário pode ser tão sedutor quanto revelador.
A necessidade de improvisar uma vida sem raízes e criar um simulacro de lar no meio do deserto é o que Paschoal Samora captou em ZAATARI – MEMÓRIAS DO LABIRINTO.
THE CLEANERS coloca os termos de um debate urgente sobre liberdade e controle de conteúdos nas redes sociais
Um passeio saboroso pelo percurso de um grande artista e um mergulho na alegria de fazer cinema sem os rigores da indústria.
Sobre o uruguaio-brasileiro SEVERINA e o coreano O DIA DEPOIS.
A 23ª edição do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade começa nesta quinta, em São Paulo e no Rio. Chamo aqui atenção para os filmes mais promissores e politicamente importantes da programação.
No documentário ÁRVORES VERMELHAS, da brasileira Marina Willer, e no drama de época húngaro 1945 ressoam lembranças do Holocausto no Leste Europeu
Sobre o brasileiro ARÁBIA e o francês UMA TEMPORADA NA FRANÇA
EM NOME DA AMÉRICA. O reencontro com ex-Voluntários da Paz, no Brasil e nos EUA, traz à tona memórias comoventes e informações perturbadoras. A interação dos jovens ianques com os brasileiros do Nordeste era marcada pela ambiguidade entre desconfiança e afeto.
Ao debruçar-se sobre sua produção e escolher textos para esta coletânea, Marcelo Janot fez aquilo que poucos de nós se dão ao trabalho de fazer: a crítica da crítica
Tão exuberante quanto vazio, JOGADOR Nº 1 é o filme-pipoca da vez na carreira de Spielberg.
Nas duas vezes em que vi ZAMA, precisei me manter em luta constante contra o tédio e para extrair esse fio de história como quem tenta compreender o relato de uma pessoa disléxica.
A personagem de Juliette Binoche em DEIXE A LUZ DO SOL ENTRAR contrasta dramaticamente com a Maria Alice Vergueiro real/teatral do documentário GÓRGONA.
A beleza e a sobriedade de HÍBRIDOS – OS ESPÍRITOS DO BRASIL não afastam a impressão de um cinema, no fundo, meramente extrativista. Um filme de gringo, com certeza.
Mostar (Bósnia) e sua ponte histórica. Meu vídeo travelogue, pela primeira vez com material de arquivo e narração.