FAYE – ENTRE LUZES E SOMBRAS
A intrépida Bonnie de Bonnie & Clyde, a gananciosa Diana de Rede de Intrigas, a desalmada Joan Crawford de Mamãezinha Querida e a sinuosa Evelyn de Chinatown são apenas alguns dos papéis que consagraram Faye Dunaway como uma das maiores atrizes de sua geração. Bela, charmosa e inteligente, ela também era uma pessoa difícil de se lidar. Vemos isso logo nas primeiras cenas do documentário Faye – Entre Luzes e Sombras (Faye), quando ela, aos 82 anos, fala grosso com a equipe do diretor Laurent Bouzereau.
O filme traça um perfil não hagiográfico de Faye. Ela fala abertamente da sua condição de maníaco-depressiva e bipolar, e não nega os tempos de alcoolismo e o temperamento difícil que gerou brigas homéricas entre ela e a produção de vários filmes. Bette Davis chegou a jurar que jamais trabalharia com ela novamente.
Ao mesmo tempo, lá está o resumo de uma carreira brilhante da morena que virou loura com o correr dos anos. Um tênue fio narrativo se faz com seu filho adotivo, Liam, lhe repassando fotografias de diferentes fases de sua vida, que ela então é instada a comentar. Assim conhecemos sua história familiar, o casamento com o fotógrafo Terry O’Neill e o romance clandestino com Marcello Mastroianni (“o grande amor da minha vida”), numa época em que ambos estavam casados.
É curiosa a maneira como sua personalidade instável e explosiva foi agenciada em papéis de mulheres veementes e desassombradas. Esse documentário pode não ir tão fundo quanto o inferno pessoal de Faye sugeriria, mas é um exposé bem considerável.
>> Faye – Entre Luzes e Sombras está na plataforma HBO Max.
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