Paris – a quem pertence?
A comédia romântica PARIS 13º DISTRITO e o documentário NÓS atualizam as visões de uma Paris multiétnica e multicultural.
A comédia romântica PARIS 13º DISTRITO e o documentário NÓS atualizam as visões de uma Paris multiétnica e multicultural.
Um pouco de auto-ajuda, um tanto de buddy movie, um bocado de criança-prodígio – e SEMPRE EM FRENTE vai seguindo para seu rumo incerto.
CYRANO é um drama de época que, apesar de supostas ousadias, ficou muito aquém do que se espera para a nossa época.
BELFAST é crônica familiar contada com a verve de um grande ator como Kenneth Branagh.
Lázaro Ramos mobiliza ícones importantes em MEDIDA PROVISÓRIA e leva à tela uma hipótese fértil. Pena que não teve mão firme para torná-la consistente, nem cuidado para driblar suas armadilhas.
Pretensa radiografia de uma indústria machista e grosseira, PLEASURE apresenta uma dramaturgia tão rala quanto a de filmes pornôs que pretendem contar uma historinha.
A MULHER DE UM ESPIÃO é um melodrama de espionagem passado entre 1940 e 1945, e realizado com fatura clássica, bastante romanesca.
TARSILINHA pode servir de cartilha sobre como realizar um longa de animação de alta qualidade técnica, perfeitamente contemporâneo e profundamente brasileiro.
Indicado por Malta ao Oscar, ENTRE ÁGUAS tem pescadores reais nos papéis e uma história de estrangulamento da produção independente. Um filme bonito e sutil.
Os ingleses da I Guerra revividos com cores e som em ELES NÃO ENVELHECERÃO e as tensões iniciais da Guerra da Ucrânia em KLONDIKE.
Em O CONTADOR DE CARTAS, Paul Schrader tenta a difícil tarefa de retratar um torturador sem demonizá-lo nem humanizá-lo.
LOLA E O MAR traz uma interessante variação do tema da relação entre jovem trans e seus pais. Com uma boa revelação na atriz Mya Bollaers.
Inspiradíssimo, CURRAL devassa a compra de votos, a falácia dos políticos “novos” e a formação dos currais eleitorais no Nordeste.
Sem repetir o êxito de “O Quarto do Filho”, seu melhor melodrama, Nanni Moretti limita-se a administrar bem uma pororoca de desgraças burguesas em TRE PIANI.
A libertação dos campos de concentração ao fim da II Guerra não trouxe libertação para os homossexuais. GREAT FREEDOM conta uma história exemplar.
A fantasia de um garoto texano em fins dos anos 1960 é contada com humor irônico e animação naturalista em APOLLO 10 E MEIO: AVENTURA NA ERA ESPACIAL.
MIRADOR adota uma linguagem econômica e elegantemente elíptica, na qual transparece o senso de observação humana e do melhor cinema independente contemporâneo.
HIROSHIMA, de 1953, faz uma impressionante evocação da tragédia através do trauma em crianças e famílias, além de criticar o militarismo do império japonês.
Entre a comédia e o drama, LIMBO retrata o desenraizamento de um grupo de refugiados numa remota ilha escocesa.
Um homem preso num prédio misterioso. No dinamarquês O PENÚLTIMO, a angústia existencial ganha uma forma expressionista e kafkiana.
São muitos os fatores que fornecem a LICORICE PIZZA um charme irresistível. Um charme que, a meu ver, compensa sua relativa trivialidade de fundo.
Como exemplar puro de filme de gênero, A PRINCESA DA YAKUZA poderia ser excitante se tivesse alguma consistência dramática por trás da carnificina competente.
DORMIR ASSIM COMO SONHAR foi rodado no Japão em 1987, mas evoca duas fases anteriores da história do cinema. É um filme noir silencioso apresentado como comédia.
Através do destino de uma família, WHITE BUILDING desenha um quadro melancólico das transformações sociais por que passa o Camboja em busca de ideais de desenvolvimento.
Resgate arqueológico do cinema iraniano pré-aiatolás, Chess of the Wind sugere um Lúcio Cardoso persa. Alegoria da decadência do Irã de Reza Pahlevi.
Um elenco de garotas incrivelmente espontâneas em cena e uma diretora de fina sensibilidade são os grandes trunfos de HISTÓRIAS DE MENINAS, produção espanhola vencedora de seis Prêmios Goya.
KING KONG EN ASUNCIÓN tem momentos memoráveis e uma dicção lírica que evoca a ancestralidade latino-americana em contraponto à rispidez e à desagregação da realidade contemporânea.
Apesar de algumas inconsistências na dramaturgia, DESERTO PARTICULAR é um filme impregnante, muito bem fotografado, montado e interpretado. Foi o escolhido brasileiro para disputar uma indicação ao Oscar de filme internacional.
Homofobia e conflito geracional jogam pesado em AINDA HÁ TEMPO (Falling), sólida mas esquemática estreia de Viggo Mortensen na direção.
OS OLHOS DE TAMMY FAYE reconstitui, sem se preocupar com sutilezas, a excrescência exemplar de um sistema baseado no cinismo e na ganância. Prêmio merecidíssimo para a atriz Jessica Chastain.