Vivian Ostrovsky apresenta um programa especial no Curta Cinema nesta sexta-feira, às 20h30 21h30, no Odeon. Serão exibidos Copacabana Beach, Ice/Sea, P.W., Télépattes, The Title Was Shot e Tatitude. A pedido de Aílton Franco Jr., escrevi o seguinte texto para o catálogo do Festival:
Os cinco curtas escolhidos por Vivian Ostrovsky para este programa dão uma ideia da diversidade de procedimentos utilizados pela realizadora, mas também evidenciam alguns traços comuns numa obra marcadamente pessoal. A primeira ideia que se impõe é a do trânsito.
Jet Lag é como se chama a produtora de Vivian. Nome escolhido a dedo por uma artista que vive em trânsito entre Nova York, Paris, Rio, Moscou, Jerusalém e outros tantos lugares. “Minha ambição é ser uma luftmensch, uma pessoa do ar”, diz. Seu cinema é marcado por esse trânsito – cenas colhidas no cotidiano por alguém que é íntimo e visitante ao mesmo tempo.
Por isso não há fronteiras em seus filmes. Os temas e o potencial gráfico das imagens podem aproximar Ásia e Bahia, Bulgária e África, por um mero corte em continuidade semântica. Não há fronteiras tampouco entre as imagens feitas por ela e o acervo da cultura cinematográfica. O tema da identidade dual chega a ser citado explicitamente em vários de seus filmes, como no sampleamento do diálogo “Me Tarzan, You Jane” em The Title Was Shot, um pequeno tratado de antropologia da imagem fílmica.
No mosaico espaço-temporal que é P.W.: Pincéis e Painéis, testemunhamos não só o pendor de Vivian para as colagens, como seu agudo senso de utilização do som – ora como ilustração de época, ora como comentário humorístico ou elemento de ressignificação das imagens.
Outro foco de sua atenção está nas performances do corpo. Ainda em The Title Was Shot, uma citação de Slavoj Zizek fornece chave importante: “Dizem que os olhos são a janela da alma. Mas, e se não houver uma alma por trás dos olhos?”. Desde um de seus primeiros filmes, Copacabana Beach, a câmera e a edição de Vivian Ostrovsky procuram o absurdo na rotina dos corpos de banhistas, ginastas, transeuntes, gente comum flagrada na rua. Esses hábitos banais são frequentemente convertidos em coreografia, expressando outra paixão da cineasta (que filmou Carolyn Carlson e Mathilde Monnier no início de sua carreira).
Visto como corpo, o homem é mais que nunca animal – eis aí outro trânsito. E os animais têm papel preponderante nas fantasias experimentais de Vivian. Dessa abolição sistemática de fronteiras vem muito do humor que faz de seus filmes um entretenimento garantido e inteligente. O irresistível Ice/Sea (não desprezar o trocadilho com “I See”) é seu trabalho mais próximo da herança importante de Jacques Tati. Como Tati, Vivian sublinha padrões de movimento e de comportamento que flutuam, poeticamente, entre a vida e o cinema.
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