A Mostra Beto Brant traz ao Canal Brasil nesta segunda (0h15 de terça) o drama romântico Cão sem Dono, dirigido por Beto e seu parceiro de produção Renato Ciasca. Minha entrevista com os dois vai passar antes do filme. Eles contam como trabalham juntos desde os anos 1980 e por que, pela primeira vez, resolveram assinar juntos a direção de um longa. Beto comenta o estilo intimista e natural adotado no filme, assim como o valor do sexo na história do casal. Eles falam, ainda, sobre a importância de Porto Alegre no ambiente do filme e a revelação dos atores Júlio Andrade e Tainá Müller.
Cão sem Dono venceu os prêmios de melhor longa-metragem, melhor atriz e o prêmio da crítica no Cine-PE de 2007. Esse trabalho leva adiante o tema amoroso no que podemos chamar de “segunda fase” da obra de Beto Brant, iniciada com Crime Delicado. Aqui temos o romance entre um jovem formado em Letras, desempregado e apático, e uma modelo cheia de sonhos e projetos. O contraste vai gerar uma história de amor intensa, mas também carregada de hesitações e contratempos. Cheio de referências à Literatura e rodado numa Porto Alegre um tanto sombria, Cão sem Dono trouxe a revelação da atriz Tainá Müller e projetou o talento de Julio Andrade, hoje duas figuras de proa do cinema e da televisão no Brasil.
Também no Canal Brasil, no programa Faróis do Cinema, à 0h15 de terça para quarta, meu convidado é João Batista de Andrade (O Homem que Virou Suco, Doramundo, Gamal o Delírio do Sexo, Liberdade de Imprensa, etc). Na conversa, João Batista vai comentar a importância dos documentários de Robert Flaherty e do neorrealismo italiano na sua formação. Vai explicar como o clássico Tire Die, de Fernando Birri, despertou-lhe a consciência de ser um cineasta latino-americano. Lars Von Trier, especialmente em Melancolia, é apontado como um de seus faróis contemporâneos a respeito do sentimento do mundo no cinema.
Outro destaque do programa é a aproximação que ele faz entre O Bandido Giuliano, de Francesco Rosi, e o seu memorável teledoc Wilsinho Galileia, proibido na época da ditadura e que será exibido logo em seguida.
Faróis do Cinema tem direção e produção de Marcelo Laffitte.