Eu não dava nada por Melbourne. Apenas queria conhecer mais uma grande cidade da Austrália além de Sydney quando estive lá com a Rosane em 2016. Mais eis que nos deparamos com uma metrópole vistosa, simpática, elegante e – o melhor de tudo – com uma espécie de portfólio da arquitetura contemporânea. Convivendo com prédios da era vitoriana – como a vetusta Flinders Street Station e o majestoso Royal Exhibition Building –, estão inúmeras construções recentes de estilo arrojado e decoração na fronteira entre a ousadia e o mau gosto. Fotografei muitas delas e incluí no vídeo abaixo.
Mas Melbourne é obra de arte também por outras razões. Por exemplo, um conjunto de ruas densamente grafitadas onde se ouvia, naquele dia, o som de algum saxofonista vadio. Ou as sessões de cinema ao ar livre na Federation Square, que em si é um esplêndido conjunto arquitetônico de vidro com linhas irregulares e tonalidades pouco usuais. A praça, adjunta ao distrito financeiro, acolhe várias instituições culturais, entre as quais o Australian Center for the Moving Image (ACMI).
A cidade é cortada charmosamente pelo rio Yarra, que por sua vez é coroado por diversas pontes, cada uma num estilo mais original. Em suas margens, a vida parece transcorrer com serenidade, entre obras de arte pública e revoadas de gaivotas.
Apesar do tamanho considerável, Melbourne transpira tranquilidade. Era verão, e os jovens relaxavam nos jardins e nas praias. Visitamos a famosa praia de Kilda, mas não incluí registro no vídeo. Locais e turistas podem desfrutar do amável City Circle, um bonde vintage de uso gratuito que percorre os principais pontos de interesse na área central da cidade.
Além do ACMI e do festivo Arts Center, passamos horas agradáveis na National Gallery of Victoria, que tinha em cartaz uma fantástica exposição reunindo Andy Warhol e Ai Wei Wei. A curadoria não só apresentou uma seleção de obras de cada um, como também propunha diálogos insuspeitados entre os dois artistas, representantes de culturas e vanguardas tão diferentes.
O vídeo tem 28 minutos e música de Jonny Greenwood, o compositor das trilhas de Paul Thomas Anderson.
Obra de arte não é só a cidade, mas a maneira como você nos conduz por ela. Deu até vontade de conhecer, embora eu me sinta mais atraída por velhas cidades. Você, como sempre, tira o melhor de cada lugar, com seus contrastes, seus bônus e seus ônus. Vai do vibrante colorida das ruas de um bairro grafitado (com direito a mostrar a obra de arte nascendo pelas mãos de seus artistas) até o delicado bordado da vista noturna, com luzes que brilham como paetês. Tem o elegante, tem o cafona. Tem até Andy e Wei Wei! Fiquei bem curiosa com o ACMI. Me pareceu incrível. Seus vídeos continuam sendo a obra de arte que nos dá esperança de voltar a viajar se medo de ser feliz. E vamos de LulaSim!!!
Obra de arte, mesmo, é uma espectadora como você. Feliz de mim e dos meus modestos vídeos. Obra de arte é votar no Lula.
Votar no Lula é mais do que obra de arte. É questão de vida ou morte! Temos que voltar a ser feliz! #vemlulinhapazeamor