De volta de uma viagem à Turquia em 2015, eu e Rosane aproveitamos a escala em Roma para rever a “cidade eterna”. A ideia não era voltar às atrações que já conhecíamos, como o Coliseu, o Capitólio, a Fontana di Trevi, as ruínas, a Via Veneto, etc. Foi inevitável rever, por exemplo, o Trastevere, as grandes piazze (di Spagna, Navona, del Popolo) e o Campo dei Fiori, que são incontornáveis em qualquer trajeto pela città. Mas nossa prioridade foi visitar pontos nos quais nunca tínhamos estado antes.
Alguns eram tradicionais, como a ricamente decorada Villa Farnesina, palácio da nobreza do século XVI. As pinturas interiores nos diversos salões reproduzem paisagens externas no estilo trompe l’oeil e simulam imensas cortinas pintadas nas paredes. Igualmente nobre é o Palazzo Doria Pamphilj, bem no centro de Roma, cujas galerias abrigam uma estupenda coleção de pinturas e esculturas.
Outros pontos eram mais contemporâneos, em especial três museus muito curiosos. O MAXXI – Museu de Arte do Século XXI expõe somente obras recentes, e tem na sua arquitetura de blocos retilíneos a marca discutível dos projetos futurísticos da iraquiano-britânica Zaha Hadid. Já a Centrale Montemartini é uma antiga usina de eletricidade transformada em museu de estatuária e artefatos arqueológicos. O contraste entre as peças antigas e as máquinas enormes da usina cria um efeito de choque bastante interessante. Por sua vez, o diáfano Museu dell’Ara Pacis abriga somente o belíssimo altar erguido em 9 AC pelo imperador Augusto à deusa Pax (Paz), para celebrar o período da Pax Romana.
Nas andanças entre uma e outra área da cidade, detivemos nossos olhares no sereno e profundamente romano bairro Monti e na pitoresca Via Giulia com seus arcos e trepadeiras que nos remetem a outros tempos. Um casal de nubentes fazendo festa na Piazza di Spagna ou um veterano dançarino exibindo-se sozinho numa calçada são coisas típicas de um certo espírito romano. De resto, enfiamo-nos nas multidões que percorriam as Vias del Corso, Fratina e dei Condotti, a “milanesa” Galleria Alberto Sordi e outros tantos espaços por onde escoa a dolce vita de uma Roma Cidade Alerta.
Vejam o vídeo, que tem trilha musical de Nino Rota (de Roma di Fellini):
Oi!
Dizem que existe inveja sadia. Vou acreditar e confessar que fiquei com
inveja de sua aventura romana.
Forte abraço,
Joaquim
PS – Dizem também que todos os caminhos levam a Roma. O Amor, ao
contrário de Roma, vive sendo encontrado por descaminhos.
Caro Joaquim, fico até envergonhado de você, um mestre, se expor a essa minha brincadeira doméstica. Mas, sim, como não amar Roma, né? Grande abraço.
Bacana esse vosso singular roteiro, onde há vinte anos por aí estivemos, em um “tour de arte” pela Itália, por duas semanas, partindo de Paris. Fiquei feliz em saber que lá agora existe, a partir de 2003, a Galleria Alberto Sordi, que eu ignorava, assim rebatizada em homenagem a um dos mais populares atores do Cinema italiano, nascido em 1920 e falecido em 2003. Como sabemos, Sordi atuou em cerca de 150 filmes em 60 anos de carreira, mas, curiosamente, iniciou-se na arte, aos 19 anos, como dublador de Oliver Hardy, da dupla de cômicos americanos “O Gordo e o Magro”. Vejo, agora, que ele recebeu essa homenagem pela sua popularidade e pelo fato de haver estreado como ator, no antigo Teatro Galleria, integrante desse belo conjunto arquitetônico, anteriormente denominado Galleria Colonna, na Via Del Corso. Obrigado pelo delicioso passeio.
Eu que agradeço seus preciosos comentários complementares.
adoro seus relatos de viagens..