O sangue dos outros
ATÉ OS OSSOS teria potencial romântico e trágico caso não fosse encaminhado com tanta superficialidade e tivesse um par de intérpretes mais “sanguíneos”.
ATÉ OS OSSOS teria potencial romântico e trágico caso não fosse encaminhado com tanta superficialidade e tivesse um par de intérpretes mais “sanguíneos”.
IL BUCO mergulha nas profundezas da terra para falar de dicotomias bastante explícitas. DA TERRA DOS ÍNDIOS AOS ÍNDIOS SEM TERRA atualiza discurso de Darcy Ribeiro.
É a partir dos bens e das mídias físicas que HAPPY OLD YEAR organiza sua parábola sobre o caráter não descartável dos sentimentos. A renúncia de alguém pode ser um ferimento para outro.
Série “extremistas.br” expõe o caldo de ódio, cinismo e incultura das hordas bolsonaristas que atentaram contra a ordem democrática.
A plataforma Itaú Cultural Play dedica mostra aos filmes de ficção de Sylvio Back.
MATILDA: O MUSICAL é mais um conto de heroísmo, liderança e sublevação, mas desafia as regras de bom-mocismo de um musical infantojuvenil. Vale também como uma fábula sobre a criação de histórias.
Uma descoberta arqueológica ajuda uma comunidade afrodescendente a recompor sua identidade e sua história em O ÚLTIMO NAVIO NEGREIRO, documentário da Netflix pré-indicado ao Oscar.
SEGUINDO TODOS OS PROTOCOLOS é uma comédia sobre a pandemia. Comédia até certo ponto, pois no fundo do que se trata é solidão, medo e a necessidade de balancear afeto e segurança.
O mashup vertiginoso de MOONAGE DAYDREAM potencializa ao maximo a explosão do rock bowieano, inserindo-o no discurso pop do seu tempo: paródia, psicodelismo, fantasias espaciais, androginia, petulância e exibicionismo.
Sem nenhuma cerimônia, BARDO – FALSA CRÔNICA DE ALGUMAS VERDADES dissolve as fronteiras entre realidade, sonho e fantasia alegórica. E não quero dizer que isso seja uma boa notícia.
O documentário LOUIS ARMSTRONG’S BLACK & BLUES raspa um pouco a imagem do artista sorridente para enxergar dimensões menos badaladas de sua personalidade.
O PERDÃO retrata a saga de uma mulher iraniana em busca de reparação moral e de um novo romance numa sociedade em que o feminino está sempre sob suspeita.
A técnica brilhante, um pé no grotesco e um esboço de interpretação política não impedem que o PINÓQUIO de Guillermo del Toro descambe para a histeria das animações hollywoodianas recentes.
Em quase três densas horas, ONODA, 10.000 NOITES NA SELVA relata a história paranoica do “último soldado” japonês a se render depois da II Guerra.
A COLEÇÃO ANTIRRACISTA faz um apanhado de ideias contra o racismo estrutural brasileiro e a herança colonial que perpetua as desigualdades raciais no país.
A questão não é tanto se o personagem central terminará como herói de consciência ou um rato obediente às leis do capitalismo. O que UM OUTRO MUNDO sublinha é o funcionamento do sistema.
Sozinho, silenciosa e domesticamente, reuni tudo o que pude encontrar na internet e em acervos virtuais da imprensa e editei um vídeo de longa-metragem sobre a trajetória fascinante desse artista na música e na política.
Dirigido pelo chileno Sebastián Lelio na Irlanda, O MILAGRE é apenas um drama pesadão, arrastado, sobre um tema que se desenvolve penosamente na tela.
EIKE – TUDO OU NADA é bem sucedido em narrar um processo empresarial e financeiro nos moldes do thriller, com antagonismos claros e personalizados, ritmo acelerado e artifícios para facilitar a compreensão de trâmites complexos.
VULCÕES: A TRAGÉDIA DE KATIA E MAURICE KRAFFT conta a história de amor de um casal entre si e pelas fúrias do coração da terra.
A FESTA E OS CONVIDADOS, clássico da Nouvelle Vague tcheca, é uma alegoria tão divertida quanto grave da submissão das pessoas ao autoritarismo da sociedade.
Sem colocar seu personagem em mais um julgamento, FREE CHOL SOO LEE ilustra um exemplo trágico de fragilidade da condição humana.
Na medida em que o espectador se entregue ao delírio cênico e não se abale com a violência explícita (mas irrealista) de RRR, estará diante de um filme perfeito em seus propósitos.
Refilmagem do clássico pacifista de 1930, NADA DE NOVO NO FRONT se apresenta hoje como um filme de guerra padrão, apenas “atualizado” na tolerância das plateias para ver imagens de carnificina.
A comédia-processo ÁLBUM EM FAMÍLIA, rodada em distanciamento social, mira Nelson Rodrigues como um instigador em vez de um original a ser adaptado.
Um belo lote de 33 filmes, sendo 17 novos e 16 clássicos, é oferecido ao público brasileiro, nas formas presencial e online, no Festival de Cinema Italiano que começa hoje (4/11). Comento sobre O GAROTO ESCONDIDO e NOSTALGIA.
Com atuações comoventes de Françoise Lebrun e Dario Argento, VORTEX é um dos filmes mais duros já feitos sobre a deterioração do ser humano por causas naturais.
O documentário INVISIBLE DEMONS traça amplo panorama de Delhi, cidade caótica e superpopulada, epítome de um país que abraçou a ideia de desenvolvimento sem atentar para o bem-estar do povo.
ARGENTINA, 1985 narra um processo jurídico fundamental para a democracia latino-americana com a solidez típica do melhor cinema argentino.
DIÁRIOS DE OTSOGA, um filme sem personagens ou ações construídas previamente, narrado de trás para frente. Diletantismo estéril, infelizmente.