Um vídeo da minha estada em um dos lugares mais impressionantes do mundo
As duas grandes ilhas que compõem a Nova Zelândia foram um dos lugares que mais tardaram a ser populados por seres humanos. Só no século XIII povos polinésios começaram a se estabelecer naquela parte remota do Pacífico, a que chamaram de Aotearoa. Criaram a cultura indígena maori, base originária da cultura neo-zelandesa.
Para se ter uma ideia do que ainda prevalece desses traços, a melhor opção é subir até a cidade de Rotorua, na Ilha Norte, onde 35% da população é maori. Ali é possível visitar bairros dominados por uma estética decorativa toda própria, na qual se destacam as máscaras levemente assustadoras dos guerreiros maoris entalhadas em madeira.
A cultura maori remonta a antigas lendas que falam de um homem chamado Ngatoroirangi, que explorou a região e quase morreu no pico de uma montanha nevada. Ele invocou, então, suas irmãs ao longe no Havaí, que enviaram os demônios de fogo para salvá-lo. Por onde passaram, os demônios de fogo deixaram uma trilha fumegante e borbulhante que estaria na origem da intensa atividade geotérmica dessa região.
A paisagem de Rotorua é pontuada por crateras vulcânicas de onde permanentemente emanam vapores, lagos de superfície acariciada por fumaça espessa, poços de lama ebuliente e gêisers que esguicham água fervente a grandes alturas. Os fenômenos podem ser contemplados tanto no centro mesmo da cidade, como nos vários parques geotérmicos abertos à visitação. As visões são impressionantes, dignas de um documentário de Werner Herzog. A coloração das piscinas naturais surpreende com seus verdes, laranjas e azuis fomentados pelos depósitos minerais.
Se os olhos se deslumbram a cada novo cenário, os narizes às vezes precisam ser tapados por conta do cheiro forte de enxofre, que se assemelha ao de ovo podre. E as trilhas precisam ser seguidas cuidadosamente, sob risco de se cair numa sucursal do inferno.
A aldeia Whakarewarewa é um dos pontos onde o turismo se mistura à vida comum de uma comunidade maori. Depois de caminhar pelas ruas tranquilas e ver os poços fumegantes que o povo usa até para cozinhar, somos brindados com uma sessão de cantos e danças maori. Os performers entoam seus brados de guerra e mimetizam as entidades guerreiras em suas poses e expressões de desafio.
Os dois dias que passamos em Rotorua, em 2016, nos deram a sensação de estarmos num extremo do mundo, e não só geograficamente.
Olá Carlinhos e Rosane!
Agradecido por mais um belo filme e por mais uma viagem, embarque em todas que assisti, uma delícia, que venham muitas outras!
Forte abraço e um beijo no coração!
Carlos Moreira Beto
Seu olhar é sempre um estímulo, Beto. Grande abraço