A passeata de 150.000 pessoas sob chuva anteontem no Rio e a divulgação da nova pesquisa do Ibope com popularidade recorde (75%) do presidente Lula são dados que convergem para uma leitura muito nova do momento político carioca e brasileiro.
Passeatas, para minha geração, eram sempre contra quem estava no palácio. Como traduzir agora uma manifestação convocada pelo governo e que consegue apoio ao mesmo tempo popular, das elites (cultural e econômica) e de um grande jornal conservador?
Da mesma forma, os altos índices de aprovação do governo Lula e o crescimento firme da candidatura Dilma expressam um contexto pouco usual: a avaliação positiva provém de um amplo espectro social que vai dos mais pobres à intelligentsia.
Não sou analista político, mas penso como um cidadão interessado na posição do país e na redução das desigualdades. Como tal, festejo esse momento virtuoso que vivemos. Não sinto a menor culpa ou contradição em estar a favor do governo – municipal, estadual e federal. É preciso acabar com aquele raciocínio automático de que si hay gobierno, soy contra. O que está acontecendo em nosso estado e no país é que, pela primeira vez em muito tempo, a maioria das posições dos governantes coincide com boa parte das aspirações dos cidadãos.
Até há pouco tempo a gente pensava que isso jamais poderia acontecer.
Carlinhos, grande, escrevi no meu blog um contraponto a essa “união” que a defesa dos royalties tem promovido. Entendo e até vou concordar com vários dos argumentos a favor dos governos federal e estadual, mas acho que há algumas ressalvas a serem feitas. No caso dos municípios beneficiados, acho que basta lembrar os nomes dos prefeitos para a gente desconfiar a quem eles estão pretendendo se referir quando dizem “o petróleo é nosso”.
abração,
Daniel, minha resposta está no post do seu blog, cuja leitura aconselho a todos os que se interessam pelo assunto: http://is.gd/aSaLG
Abraço grande
Eco daqui. E digo mais: quando era pré-adolescente e militante estudantil, jamais pensei que uma passeata, convocada pelo Governo, seria capar de levar 150 mil pessoas às ruas. Certo de quem temos um novo momento. E estamos nos superando na democracia entre cidadãos e instituições. Apenas espero que os partidos políticos preencham a lacuna da insatisfação e se estruturem fora do fisiologismo.