O É Tudo Verdade acertou em cheio ao incluir nas sessões de abertura o curta Thomaz Farkas, Brasileiro, de Walter Lima Jr. Foi bom rever bem vivo e aplaudir aquele gigante da fotografia, abridor de caminhos para o documentário e sobretudo uma das pessoas mais doces que jamais empunharam uma caipirinha sobre a Terra.
Nas falas de apresentação da abertura carioca, deu para perceber três coisas:
1. A Secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, anda encantada com a palavra “locus”;
2. A representante do BNDES tem humor: lembrou que o festival da “Verdade” estava começando no Dia da Mentira;
3. Amir Labaki ainda não encontrou um bom relacionamento com o microfone.
Mas o maior risco que Amir correu foi o de esvaziar o festival exibindo na abertura os dois docs de Stig Björkman sobre os bastidores dos filmes de Ingmar Bergman (leia minha resenha). Muita gente saiu da sessão dizendo que ia passar os próximos dias revendo a obra de Bergman em DVD ao invés de frequentar os docs de Amir.
Numa rápida conversa com Björkman, pude agradecer, em nome dos cinéfilos brasileiros, o bem que nos causou o livro Bergman Sobre Bergman, do qual foi co-autor, e que, editado aqui pela Paz e Terra, foi o primeiro meio de aproximação de muita gente ao pensamento do autor de Morangos Silvestres. Disse-lhe que sua presença com os novos filmes parecia fechar um grande círculo de admiração. Ele respondeu que também se sente fechando um círculo ao realizar esses dois filmes-tributo.