É Tudo Verdade – Pena que só depois de morto Augusto Boal ganhou um documentário capaz de sintetizar o seu trabalho seminal para a democratização do teatro no Brasil e no mundo. Vê-lo descrever suas experiências em Augusto Boal e o Teatro do Oprimido é talvez a melhor forma de apreendê-las, já que ele é sempre tão objetivo e convincente. O T.O., afinal, viveu sempre da ação e da reflexão, inseparáveis em sua proposta.
Zelito Viana e a produtora Vera de Paula pretendiam viajar com Boal registrando seus workshops em diversos países. Não conseguiram financiar o projeto, mas levaram o filme adiante assim mesmo. Obtiveram um material de arquivo fascinante de atuações do T.O. no Brasil, na Índia e em Moçambique. De resto, é o carisma de Boal que dá as cartas diante da câmera. Num dado momento, o próprio Zelito dá o seu depoimento, o que soa como se estivesse “assinando” o filme. Isso se justificaria melhor se estivesse claro que eles eram, de fato, velhos amigos.