Festival do Rio – Roberto Bolaño: A Batalha Futura

por Paulo Lima

Para aqueles que não conhecem a obra do escritor chileno Roberto Bolaño, falecido em 2003, aos 50 anos, o documentário ROBERTO BOLAÑO: A BATALHA FUTURA pode soar como uma cinebiografia sem grandes sobressaltos. Mas para os que sucumbiram a uma espécie de Bolañolatria, ante romances famosos como Os Detetives Selvagens e 2666, o longa-metragem do diretor Ricardo House talvez funcione como um capítulo eletrizante de uma de suas narrativas.

Estruturada a partir de depoimentos de amigos, de parentes e de imagens de entrevistas de arquivo, o filme procura refazer a trajetória do escritor desde sua vida no Chile, sua mudança para o México, o retorno frustrado ao país de origem, depois de 20 anos, quando se deparou com o golpe de Estado que derrubou Salvador Allende, até o estabelecimento na litorânea Blanes, na Catalunha, onde casou e constituiu família.

Cada testemunho revela uma faceta do escritor responsável por um novo boom da literatura latino-americana, alvo da admiração de intelectuais como Susan Sontag e, mais recentemente, da roqueira Patti Smith, uma fã de carteirinha de Roberto Bolaño. Patti, por sinal, aparece numa cena, ao participar de uma cerimônia em homenagem ao ídolo.

Como personagem de si mesmo, Bolaño aparece em trechos de intervenções em debates e entrevistas, expondo a visão de sua obra e da literatura em geral, e estas são as passagens mais marcantes do documentário. É como se o escritor ainda estivesse por aqui a nos impressionar e influenciar, como reflexo de sua obra original.

Paulo Lima

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