Agra: beleza e frenesi da Índia

Meu vídeo da viagem a Agra e ao Taj Mahal

No livro Índia – Um Olhar Amoroso, Jean-Claude Carrière se refere a Agra nesses termos: “Tudo indica que, num determinado momento da história, a Pérsia invadiu a Índia, armada mais com cinzéis de escultores do que com punhais”.

Agra foi a capital da Índia muçulmana durante o Império Mongol, nos séculos XVI e primeira metade do XVII. Só a partir de 1648 Délhi ganhou o status de capital do país.

Agra caminhou no sentido de se tornar uma cidade industrial bastante poluída e caótica, como se sente na carne ao percorrer suas ruas centrais. Justamente aí está um de seus grandes atrativos, tão típicos de quando se pensa numa metrópole indiana. O vídeo que gravei em viagem de 2005 registrou o frenesi de um trajeto em tuc-tuc por essas vielas em que se esgueiram pessoas, animais e veículos de todos os portes e trações.

Uma caminhada por um de seus grandes bazares abertos (verdadeiros bairros) oferece a incrível mistura de comércio, religião e cinemas populares em ininterrupto movimento. Com o bônus de crianças e adultos que disputam a lente da câmera dos turistas com acenos, poses e risos contagiantes.

Mas Agra não é só agitação de rua. Lá está o mais belo monumento funerário do mundo, tão famoso quanto as Pirâmides do Egito. O Taj Mahal deixa boquiaberto quem se põe diante de sua harmonia irretocável, precedida por jardins e canais. Foi mandado construir em mármore branco pelo imperador Sha Jahan para abrigar os restos mortais da amada Mumtaz Mahal, a pérola de seu harém, morta de parto em 1631. Ninguém jamais definiu ao certo os responsáveis pela concepção arquitetônica e decorativa do Taj Mahal, o que só amplia seu fascínio. Depois de filmar sua fachada como quem acaricia uma namorada, desisti de visitar o interior porque as filas eram imensas.

O ligeiramente menos famoso Forte de Agra, ou “Forte Vermelho”, é outra edificação incontornável na cidade (“mistura de força e de graça”, conforme Carrière). Foi a moradia de Abū al-Fatḥ Jalāl al-Dīn Muḥammad Akbar (mas pode chamá-lo só de Akbar), o mais célebre dos imperadores mongóis. Dentro de suas muralhas colossais, que se estendem por 2,5 km de perímetro, está uma riqueza de padrões de arquitetura e ornamentação. Galerias, salões, terraços e jardins estão abertos à visitação, culminando com uma sacada de onde se avista, à distância, o Taj Mahal.

Dois outros mausoléus competem pela atenção dos visitantes. O Itimad-ud-Daulah, tumba do sogro de um imperador, ganhou posteriormente o apelido de Baby Taj por seu belíssimo desenho em menor porte. Já o Mausoléu de Akbar, no subúrbio de Sikandra, reflete o sincretismo religioso promovido pelo imperador: combina motivos islâmicos, hindus, budistas, jainistas e cristãos. No grande adro e no prado ao redor, uma variedade de macacos faz a alegria da criançada.

O vídeo foi gravado em MiniDV e tem a duração total de 53 minutos. A minutagem abaixo pode orientar quem quiser ver somente alguns trechos:

0:00 – Uma viagem indiana – em trem, carro e tuc-tuc, da estação ferroviária de Jhansi ao centro de Agra
6:15 – Forte de Agra
15:10 – Taj Mahal
22:57 – Bazar Kinari – uma síntese da Índia popular
34:32 – Baby Taj
37:33 – Trânsito caótico, Bazar Sadar e Hotel Clarks-Shiraz
43:12 – Mesquita Jama Masjid
44:07 – Mausoléu de Akbar
49:40 – Jantar no bairro de Taj Ganj, diante do Taj Mahal.

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