Rock Brasília – Era de Ouro estreou ontem nacionalmente com pinta de se tornar o maior sucesso comercial da carreira de Vladimir Carvalho. São 40 cópias, o que é raríssimo para documentários brasileiros. Só em João Pessoa, capital do seu estado natal, o filme entrou em três shopping centers. Segundo Renato Félix, jornalista do Correio da Paraíba, isso é “coisa absolutamente inédita para um cineasta paraibano que teve carreira aqui (e acho, até, para qualquer paraibano)”.
O filme chega precedido pelo prêmio de melhor doc do Festival de Paulínia e exibições calorosas nos festivais de Brasília e do Rio. Mais que tudo, vem aditivado pelo carisma de Renato Russo e da garotada que contestou o estilo de vida meio burocrático da Brasília dos anos 1970 e, para espanto de seus pais diplomatas e professores, criou uma usina de rock-br que depois iria espalhar seus fluidos por outros estados da federação. Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Paralamas do Sucesso estão no foco de Vladimir, ele que sempre gostou de pingar umas gotas de rock nos seus filmes.
Já escrevi aqui sobre a diferença entre Rock Brasília e o que se convenciona chamar de “filme de rock”. Não vou me repetir. Leiam ou releiam o artigo. Só quero acrescentar o palpite de que Rock Brasília tem verve, informação e charme para agradar tanto no cineclube da esquina quanto no multiplex do shopping.