É Tudo Verdade: RUBENS GERCHMAN: O REI DO MAU GOSTO
Carlos Vergara, principal narrador do documentário, encerra sua participação qualificando Rubens Gerchman como um artista generoso. Se isso é verdade, então esse filme pode ser visto como uma comprovação. Ao falar de Gerchman, Pedro Rossi fala de toda uma geração que cavou liberdade na masmorra da ditadura de 1964.
Rubens foi o artista que melhor personificou o desejo de dessacralizar as artes brasileiras nos anos 1960 e 1970. Queria trocar o confinamento do ateliê e dos museus pela sujeira e a informalidade das ruas. Levou suas obras para o coração da cidade, as praias, o campo aberto. Descartou o bom gostismo da obra bem acabada em benefício da figura bruta, inspirada em jornais populares. Assim contribuiu para o Tropicalismo e a resistência política.
Em Rubens Gerchman: O Rei do Mau Gosto recordamos os tempos de busca na linguagem e nas posturas da arte. Nesse aspecto, o MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro despontava como centro de ebulição de várias manifestações artísticas e de participação popular. Era lá onde aconteciam os lendários Domingos da Criação, criados por Frederico Moraes. Para lá acorriam os artistas quando era preciso se reunir para se fortalecer. A cinemateca mostrava filmes inspiradores para ideias novas e progressistas. O MAM divide com Gerchman o protagonismo do documentário.
Rubens é narrado principalmente por áudios do próprio e cartas endereçadas a ele e lidas com voz rouca por Vergara. De resto, o filme reúne um tesouro em trechos de filmes de artistas (Lygia Clark, Vergara, Anna Bella Geiger, além do Triunfo Hermético, do próprio Gerchman). De alguma forma, o documentário é também sobre Jards Macalé, Ana Maria Maiolino, Hélio Oiticica, Antonio Dias.
“Onde estava um, estavam todos”, diz Macalé a respeito da vanguarda dos anos 1960. O filme de Pedro Rossi talvez fale menos de Gerchman do que deveria, mas em compensação exerce a generosidade de falar de muitos.
Exibições:
06/04 – 20h: Espaço Itaú de Cinema Augusta (SP)
06/04 – 20h: Espaço Itaú de Cinema Botafogo (RJ)
06/04 – 21h: online – É Tudo Verdade Play – Limite de 1800 Visionamentos
07/04 – 13h: online – É Tudo Verdade Play – Limite de 200 Visionamentos
07/04 – 15h: Debate com equipe do filme no canal do É Tudo Verdade no Youtube
Oba!Fico muito contente de saber que o E TUDO VERDADE finalmente inclui um doc sobre Gerchman que, com Vergara foi a dupla que me fez a cabeca nos meus verdes anos da Petrobras. Se voce estiver presente ou (em video) com os relizadors, pergunte, por favor, se eles encobtraram uma fita audio preciosa com Rubens e Glauber, que Glauber deixou comigo e, mais tarde, a pedido do Rubem, devolvi a ele. Era uma entrevista genial- dois artistas no maximo de suas criacoes em Nova York, explorando novas trajetorias.E so. Voce e um campeao. Sucesso sempre.Abracos,Canosa
Salve, Canosa! Eu não conheço o Pedro Rossi, mas vou tentar conseguir o contato dele e te passo. Abração