Sessão da tarde com Woody Allen
O FESTIVAL DO AMOR é Woody Allen na sessão da tarde com uma cereja de inteligência.
O FESTIVAL DO AMOR é Woody Allen na sessão da tarde com uma cereja de inteligência.
À falta de uma liga mais consistente, é preciso ajustar o nosso foco para os esboços de pensamento expostos em cada cena e para a beleza plástica e as derivas poéticas que SAUDADE DO FUTURO fartamente oferece.
Vanguardista no retrovisor, Julio Bressane tenta atar as duas pontas do tempo em CAPITU E O CAPÍTULO.
BARRAGEM documenta as lutas dos atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana. Um filme contra o esquecimento.
Lô Politi alcança um patamar de solidez com SOL, misto de filme de estrada e drama familiar muito bem articulado.
MEDUSA corre o risco dos filmes concebidos com muito apetite e talvez um pouco de desmesura. Mas antes isso do que o bom comportamento de um cinema recatado e do lar.
DRIVE MY CAR reúne Murakami e Tchekhov num diálogo sutil entre vida e teatro.
O DIA DA POSSE faz uma singela afirmação de saúde na esfera privada em meio à crise sanitária e política por que passa o Brasil no seu plano público.
A VIAGEM DE PEDRO não quer ser uma lição de história, mas uma hipótese crítica a respeito de um homem vacilando entre o poder político e a derrocada humana.
Paul Verhoeven faz nunxploitation, mas não se pode negar que BENEDETTA toca habilmente em várias feridas da história europeia.
O documentário SEGREDOS DO PUTUMAYO desvela horrores da violência colonial e leva ao ápice a obra amazônica de Aurelio Michiles.
CASA VAZIA fala de sobrevivência no pampa gaúcho e aposta num exercício de estilo à beira do slow film.
Pela caricatura, através de um véu de sarcasmo, o romeno MÁ SORTE NO SEXO OU PORNÔ ACIDENTAL realça o caráter de uma sociedade, esta sim, pornográfica.
Juntos no festival, dois filmes de Hong Sang-soo mostram até onde o diretor coreano pode chegar em termos de perspicácia (A MULHER QUE FUGIU) e inconsequência (ENCONTROS).
Ruminação digital em torno da história de uma família disfuncional, CORA investe no defeito da imagem e do som como efeito de real.
À falta de elementos que humanizem os personagens de A SUSPEITA, a tendência é que os acompanhemos como a peças de um jogo de xadrez um tanto frio e mecânico.
UMA BAÍA é um retrato imersivo e multifacetado da Baía de Guanabara através de retalhos de vidas que se desenrolam às suas margens.
Meu palpite é que Apichatpong Weerasethakul fez MEMÓRIA para nos forçar a prestar atenção no som do seu cinema.
BELFAST, de Kenneth Branagh, é crônica familiar narrada com a verve de um grande ator na direção.
O PAI DA RITA vai de Chico Buarque ao Bixiga com uma divertida história de disputa de paternidade.
O LIVRO DOS PRAZERES: A difícil transposição de Clarice Lispector para o cinema
O já clássico TERRA ESTRANGEIRA tem exibição especial da versão recém-restaurada em 4K.
Festival do Rio: Talvez tenha faltado titânio no meu cérebro para apreciar melhor a coleção de bizarrices que compõem TITANE.
VENICE BEACH, CA. ouve as fabulações dos sem-teto que habitam uma praia de Los Angeles.
RIO DOCE é discreto e aparentemente inconcluso na superfície, mas deixa um retrogosto acentuado depois que termina. Muitas famílias brasileiras podem se ver ali representadas.
Mesmo sem ir a cinemas, inicio aqui uma cobertura de filmes do Festival do Rio, a começar por MADRES PARALELAS, de Almodóvar.