MEU NOVO BRINQUEDO no streaming
Em 1976, mais de 1,2 milhão de franceses assistiram à comédia Le Jouet, de Francis Veber, sobre um garoto riquíssimo e mimado que pede ao pai para lhe dar um empregado como brinquedo. A história foi agora refilmada quase literalmente por James Huth em Meu Novo Brinquedo (Le Nouveau Jouet). Quem faz o papel que era de Pierre Richard no primeiro filme é o comediante Jamel Debbouze, que com um braço só faz mais peripécias do que a maioria de nós com dois. Debbouze perdeu os movimentos do braço direito após ser atropelado por um trem aos 14 anos de idade.
Trata-se de mais uma versão do capitalista selvagem que se deixa humanizar pelo afeto de um homem comum. Alex (Simon Faliu) é um pobre menino rico que vive deprimido desde que perdeu a mãe. Seu pai bilionário (Daniel Auteuil) é um homem empedernido que só pensa em negócios e é odiado pelo filho. Quando Alex escolhe o hiperativo Sami (Debbouze) como seu novo brinquedo – e não há quem o demova de seus caprichos –, as coisas tomam um novo rumo no castelo dos Etienne.
Sami, porém, precisa esconder a verdade sobre o novo emprego, uma vez que sua mulher e seus vizinhos do conjunto residencial estão em luta contra o conglomerado dos Etienne, que está despedindo a todos da subsidiária onde trabalham. Um jogo se arma entre a necessidade, o oportunismo e os bons sentimentos.
Não há dúvida sobre qual desses ingredientes sairá ganhando nesse tipo de comédia comercial que busca a conciliação entre ricos e pobres. Descontada a lorota fundamental do argumento, Meu Novo Brinquedo pode divertir ocasionalmente, sobretudo na performance de Debbouze e nas tentativas de Sami no sentido de sensibilizar o mega-empresário. A cena em que ele o ensina a abraçar é irresistível. Pena que, ao fim de longos 110 minutos, a graça se perca num arremedo de final feliz encharcado de demagogia classista.
>> Meu Novo Brinquedo está nas plataformas Amazon, Claro TV, Google Play, Vivo Play, Microsoft e iTunes.

