É Tudo Verdade: Quando o Brasil era Moderno
É através da Arquitetura que QUANDO O BRASIL ERA MODERNO repassa um vão de tempo da nossa história, quando éramos modernos, ou nos julgávamos destinados a um futuro radioso. Resenha de Paulo Lima.
É através da Arquitetura que QUANDO O BRASIL ERA MODERNO repassa um vão de tempo da nossa história, quando éramos modernos, ou nos julgávamos destinados a um futuro radioso. Resenha de Paulo Lima.
Os vários funerais que aparecem em A INVASÃO deixam claro que a morte é uma constante na guerra da Ucrânia. Mas o filme de Sergei Loznitsa é antes uma crônica da vida à margem do front.
É a própria Marília Pêra, e só ela, que se narra em VIVA MARÍLIA. E não precisava de mais do que isso.
PRESENÇA é protagonizado por um fantasma bastante interessado em dramaturgia. Mas talvez seja melhor não esperar explicação muito lógica para esse exercício vadio de Soderbergh.
TODO DIA É DIA DE FEIRA faz uma aproximação modesta ao universo das feiras livres cariocas, tomando quatro personagens como metonímias.
Pode-se embarcar em algumas vias de interpretação para GIRASSOL VERMELHO, mas recompensa melhor terá o espectador que se deixar levar pela beleza inquietante dos cenários, das luzes e dos movimentos.
Tudo é decorativo e vazio em PARTHENOPE: OS AMORES DE NÁPOLES. Arquétipos italianos são tratados por Sorrentino como clichês enfadonhos.
De refeição a refeição, de morte a morte, QUANDO CHEGA O OUTONO caminha com andar indistinto, buscando um efeito emocional que, ao menos para mim, nunca se concretizou na tela.
O dito popular cai como uma luva na proposta de CÂNCER COM ASCENDENTE EM VIRGEM. Como tratar um assunto difícil como o câncer, de maneira a tirar dali um elogio da vida, da resiliência e dos laços de afeto.
A BATALHA DA RUA MARIA ANTÔNIA é uma experiência audiovisual imersiva de cair o queixo. Bem-vindos às trincheiras de 1968.
Na mistura de apuro estético e jocosidade chanchadeira de MÁRIO DE ANDRADE, O TURISTA APRENDIZ, Murilo Salles nos oferece um de seus trabalhos mais instigantes – e um dos mais encharcados de música.
O processo de criação de dois espetáculos estudantis é um caminho para a proposta de fundo de OROBORO: descortinar uma pedagogia holística em que a arte desempenha papel especial.
Assumidamente, MILTON BITUCA NASCIMENTO é uma hagiografia, uma missa coral em louvor do artista. Mas sabe criar momentos únicos que calam fundo no nosso acervo afetivo. Já a narração de Fernandona…
Em AMIZADE, Cao Guimarães faz um convite a que nos acheguemos amigavelmente a um modelo de criação que combina um olhar afetuoso para o mundo e o desejo de experimentar.
Em VITÓRIA, o contraste entre a fragilidade da mulher de 80 anos e os riscos a que ela se submete é enfatizado pela performance de Fernanda Montenegro aos 93.
MÁQUINA DO TEMPO foi apreciado pela crítica europeia não tanto pelo seus disparates ficcionais, mas por uma suposta audácia na confecção formal.
Meu novo site-livro analisa as relações entre trabalho e cinema a partir das cenas de saída de fábrica e similares em 130 anos de cinema. Já está disponível gratuitamente. Saiba mais.
Fascinante aqui e ali, naïf ali e acolá, LOUCOS POR CINEMA! passa uma visão nostálgica do cinema, bonita como tributo, mas frágil na espinha dorsal.
Vencedor do Oscar de documentário, SEM CHÃO expõe em detalhes a razão pela qual a ocupação das terras palestinas atrai e merece o repúdio mais implacável do mundo.
Sem deixar de ser uma cinebiografia padrão, BETTER MAN: A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS é uma trip cinematográfica atordoante e surpreendente. Mesmo que o personagem não ressoe tanto na nossa imaginação quanto ressoa na dos ingleses.
Notas sobre os cinco indicados ao Oscar de curta documentário de 2025
A performance interiorizada de Cillian Murphy cria uma barreira de opacidade que eu, particularmente, não consegui transpor no drama irlandês PEQUENAS COISAS COMO ESTAS.
O REFORMATÓRIO NICKEL demonstra uma grande coragem formal – e é espantoso que tenha chegado à final do Oscar de melhor filme. Ainda assim, o estilo chama tanta atenção que o assunto acaba ficando em segundo plano.
Algumas rápidas observações sobre os prêmios e trivialidades.
Minhas notas sobre os cinco indicados ao Oscar de documentário longa-metragem.
Por mais improvável que parecesse, a escolha de Timothée Chalamet para interpretar o jovem Bob Dylan em UM COMPLETO DESCONHECIDO resultou acertadíssima.
O INTRUSO é um libelo porno-político que pode soar ingênuo como transgressão, mas que tenta associar uma suposta liberação sexual a uma política afirmativa.
Aventura de sobrevivência, FLOW cativa o público principalmente pelo tratamento que dá a seus bichos-personagens. Indicado aos Oscars de animação e filme internacional.
KAYARA, A PRINCESA INCA tem design esmerado e imagens sugestivas, mas carece de personalidade própria e troca as pernas nas cenas de ação. Ainda assim, pode divertir plateias menos exigentes.
OS 80 GIGANTES vai ao Sul para revelar uma companhia que amplia a paisagem brasileira do teatro de bonecos.
Desgastada pelo uso abusivo, a palavra afeto ganha significados ricos em MEU VERÃO COM GLÓRIA. Não apenas pela ternura das imagens que a diretora Marie Amachoukeli constrói, mas também pela complexidade envolvida nas relações entre as personagens.