Uma chuva de maluquices

O maior problema de A LUZ não é exatamente o absurdo de seu argumento, que bem poderia ser resolvido como comédia. Levado a sério, porém, fica próximo do ridículo.

Nas cordas do sobrenatural

Bem narrado e interpretado, PACTO DA VIOLA arrisca-se a parecer um filme anacrônico na medida em que trata de crendices sertanejas ainda vigentes em meio a um Brasil rural em transformação.

Uma mãe, um pai

Notas sobre A MELHOR MÃE DO MUNDO e PATERNO. Duas classes sociais muito distintas, duas grandes cidades no pano de fundo, dois personagens em situação de risco, dois filmes de grande acuidade social.

Antena metafísica

Apesar de certas qualidades, NADA carece de substância para sua ambição metafísica. Afasta os termos do filme de terror e da ficção científica, mas não oferece muito em troca.

Seria o amor uma commodity?

Por baixo da trama bobinha de AMORES MATERIALISTAS corre uma subcorrente levemente satírica sobre a commoditização do amor em sociedades desenvolvidas que atuam em função de resultados.

A morte vista de frente

Costa-Gavras se debruça sobre a morte com a ajuda de Régis Debray em UMA BELA VIDA. Não é assunto agradável, mas necessário e, afinal, incontornável.

Uma mãe sob influência

Valeria Bruni Tedeschi convoca nossa empatia até a última cena de ENTRE NÓS, O AMOR. O que talvez pareça um simples filme de mulher em crise acaba evoluindo para algo mais invulgar.

A redenção pela lama

Em FILHOS DO MANGUE, Eliane Caffé trata de questões graves que têm frequentado o cinema brasileiro, mas o faz de maneira original, um tanto oblíqua, sem nada de óbvio.

Apenas um melodrama banal

A ambientação rústica de VERMIGLIO nas montanhas em 1944 sugeria algo na linha dos Taviani, mas logo se vê que a qualidade do argumento é muito inferior.

Quem é mais vulnerável?

Com interpretações notáveis, inclusive de ator e atriz neurodivergentes, PEDAÇO DE MIM desenvolve um pequeno e habilidoso estudo sobre maternidade, autonomia e formação de família.

À mestra com paixão

O assunto de DREAMS, Urso de Ouro em Berlim, é a paixão de uma aluna de 16 anos por sua professora, mas é também um filme sobre o trânsito entre a escrita e a realidade.

Let’s misbehave

STELLA, VÍTIMA E CULPADA é uma barafunda de personagens e decisões mal embasadas dramaturgicamente, deixando mais lacunas que pistas sobre o comportamento e a consciência de uma mulher judia colaborando com a Gestapo.

Machos no crepúsculo

O “goiestern” OESTE OUTRA VEZ é de uma originalidade absoluta em termos de cinema brasileiro. Está no streaming e é candidato à minha lista de melhores do ano.

As assimetrias do amor

Estava com saudade das peripécias amorosas de Eric Rohmer? Sentia falta de mulheres e casais envolvidos em rede de afetos cheia de curvas e surpresas? Andava à procura de gente que sofre e dessofre dialogando sem parar? Pois sua tristeza terminou. Está em cartaz TRÊS AMIGAS.

Três atos de um casal na China

Usando cenas filmadas em diferentes épocas, LEVADOS PELAS MARÉS faz um retrato impressionista da mulher chinesa e das transições do próprio país, como de praxe em Jia Zhang-ke.

Uma estranha doença sueca

O aflitivo SÍNDROME DA APATIA se inspira em um caso real de poucos anos atrás para tratar de uma doença que já afetou muitas centenas de crianças refugiadas.

O direito de Janaína

Mais uma bela voz cinematográfica desponta de Pernambuco com AINDA NÃO É AMANHÃ. São muitas as qualidades desse drama intimista sobre uma jovem periférica que se vê refém de uma gravidez indesejada.

Chamas contra a caretice

Dirigido à plateia adolescente, OS DRAGÕES lida com realismo fantástico e horror corporal, tentando articular com esses elementos uma crítica ao conservadorismo de uma pequena cidade gaúcha.