Uma joia da animação eslava
Na fronteira entre o realismo live action e a transcendência das artes plásticas, CAMPONESES é uma joia que mereceria exibição em tela de cinema. Por ora, está só no streaming.
Na fronteira entre o realismo live action e a transcendência das artes plásticas, CAMPONESES é uma joia que mereceria exibição em tela de cinema. Por ora, está só no streaming.
MEU BOLO FAVORITO toca em emoções fortes e contrastantes, além de desafiar diversos tabus da representação de gente comum no Irã. Seus diretores estão sob custódia policial.
Estruturando a narrativa de CERRAR LOS OJOS principalmente em 11 longos diálogos, Victor Erice propõe aqui uma meditação sobre o que somos para além dos nossos nomes, e até mesmo de nossos rostos.
Usando cenas filmadas em diferentes épocas, LEVADOS PELAS MARÉS faz um retrato impressionista da mulher chinesa e das transições do próprio país, como de praxe em Jia Zhang-ke.
A BATALHA DA RUA MARIA ANTÔNIA é uma experiência audiovisual imersiva de cair o queixo. Bem-vindos às trincheiras de 1968.
TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO é um filme excessivo, no bom e no mau sentidos. Um documentário histórico ao ritmo do jazz.
Na mistura de apuro estético e jocosidade chanchadeira de MÁRIO DE ANDRADE, O TURISTA APRENDIZ, Murilo Salles nos oferece um de seus trabalhos mais instigantes – e um dos mais encharcados de música.
Dinâmico, sexy e tempestuoso, ANORA, Palma de Ouro em Cannes, vai desconstruir a história de Cinderela com o machado da tragicomédia.
O que disseram do meu video-ensaio.
Em MAIS UM DIA, ZONA NORTE, Allan Ribeiro vai buscar sementes de criatividade e graça que brotam na existência comum, num dia qualquer, em qualquer ponto da cidade.
No curta EU FUI ASSISTENTE DE EDUARDO COUTINHO, uma homenagem que brinca com as escolhas do cinema.
Aventura de sobrevivência, FLOW cativa o público principalmente pelo tratamento que dá a seus bichos-personagens.
Além de nos presentear com a verve provocante das falas de Heloísa (ex-Buarque de Hollanda), O NASCIMENTO DE H. TEIXEIRA fornece um fluxo precioso de imagens da contracultura nas últimas sete décadas.
Surrealismo, sátira nacionalista à identidade canadense e tributo ao cinema iraniano se misturam em LINGUAGEM UNIVERSAL, híbrido de duas culturas tão diferentes.
Contei pelo menos seis filmes diferentes dentro de EMILIA PÉREZ. E quase todos são muito bons.
NO OTHER LAND expõe em detalhes a razão pela qual a ocupação das terras palestinas atrai e merece o repúdio mais implacável do mundo.
O curta OS MORTOS RESISTIRÃO PARA SEMPRE compartilha a mesma indignação.
TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ faz um retrato sutil e envolvente da realidade das mulheres na Índia contemporânea. Com ousadias incomuns para o cinema indiano.
A INVENÇÃO DO OUTRO traz até nós imagens preciosas do trabalho do indigenista Bruno Pereira e do reencontro emocionado entre parentes de uma tribo indígena.
O tenso e transgressor A SEMENTE DO FIGO SAGRADO é provavelmente o filme mais corajoso e um dos melhores já feitos durante o regime teocrático iraniano.
À imagem de “invasores de terras” e “comunistas”, difundida na mídia empresarial e nos bolsões da extrema-direita, o documentário DE QUANTA TERRA PRECISA O HOMEM? contrapõe a realidade de uma cultura comunitária que valoriza a família, a educação e o respeito pela natureza.
Notas sobre MARCELLO MIO e UM HOMEM DIFERENTE, dois filmes que lidam desajeitadamente com a fisionomia e a identidade de seus personagens.
Notas sobre os documentários PORTO DE ORIGEM, O RIO DE BENJAMIM COSTALLAT e NITERÓI DE MEMÓRIAS.
A cena ballroom do Rio de Janeiro chega às telas com sua energia antinormativa no documentário SALÃO DE BAILE, vencedor do Mix Brasil.
SOLDADOS DA BORRACHA é o relato de um grande fracasso institucional, mas também um apanhado de recordações que se equipara aos melhores filmes de Eduardo Coutinho.
Em EMPATE, Sérgio Carvalho tomou o pulso da disposição dos seringueiros para a luta contra os “fazedores de deserto”, que derrubam a floresta para dar terra ao pasto.
O documentário OS SONHOS DE PEPE faz um contraste gritante entre a retórica mansa e pausada de Mujica e o frenesi visual da edição que mistura um comentário crítico sobre as sociedades com flashes turíticos dos locais visitados.
O relançamento de FELIZ ANO VELHO oferece a oportunidade de uma nova apreciação do primeiro longa de ficção de Roberto Gervitz e uma angulação adicional ao novo filme de Walter Salles. De quebra, temos um condensado do estado da arte do cinema brasileiro nos anos 1980.
Embora seja um espetáculo-padrão, A FAVORITA DO REI veicula leitura sardônica de uma monarquia já condenada à guilhotina antes do tempo.
CORPO PRESENTE é um filme-ensaio sobre o corpo como instância de onde tudo nasce e para onde tudo converge. Estamos, portanto, no reino da individualidade mais irredutível.
Thriller de terror matriarcal, A HERANÇA tem certa habilidade em manusear os tropos do gênero.
PRAIA FORMOSA é uma bela jornada onírica entre o passado escravocrata e um presente caracterizado pela extinção da memória para dar lugar à modernização e à gentrificação.
AVENIDA BEIRA-MAR tem um frescor bem-vindo na abordagem de uma amizade fora da caixinha, mas nem tudo o que se enuncia se esclarece satisfatoriamente.
O rigor estético de RETRATO DE UM CERTO ORIENTE agrada aos olhos e aos ouvidos, mas acaba por tornar o filme um tanto “arrumado” demais e relativamente frio quanto às emoções e à sensualidade de que trata.