Anna Azevedo entrega semana que vem ao Canal Brasil o programa sobre Jurandyr Noronha para a série Retratos Brasileiros. Ela e sua Hy Brazil Filmes produziram este que é meu primeiro trabalho de direção, se não contar os vídeos domésticos de viagens e uns Super-oitos que fiz com Julio Bronislawski em fins dos anos 1970.
Aceitei o convite do Canal Brasil por conta da minha amizade com Jurandyr, um veterano que admiro sobretudo por sua cruzada pela preservação da memória cinematográfica brasileira. Isso o levou não só a reencontrar tesouros perdidos, como a realizar documentários e escrever livros que são verdadeiros cursos de história do nosso cinema.
Aos 93 anos, com memória intacta, Jurandyr contou sua trajetória para a câmera de Jacques Cheuiche. Duro foi resumi-la nos parcos 26 minutos da grade, o que fiz com a parceria de Felipe Abrahão ao longo de várias semanas de edição. Eduardo Souza Lima, o Zé José, foi outro parceiro de criação em vários momentos.
Ainda não sei quando o canal vai agendar o programa e me transformar de pedra em vidraça. Não é assim que falam os que veem a relação artista-crítico como um tópico bélico? Não é o meu caso, mas sei que a metáfora estridente ainda vem ao pensamento quando um crítico passa à direção. Torço para que uma nova geração de críticos-cineastas possa sepultar de novo esse conceito, como aconteceu na Nouvelle Vague francesa e no Cinema Novo brasileiro.
Mas essa “estreia” é mais uma extensão do meu trabalho de pesquisador do que o surgimento de um documentarista. Cineasta mesmo é Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, que terá exibido neste domingo, às 18 horas, o seu recém-concluído programa sobre o grande cenógrafo Anísio Medeiros na mesma série Retratos Brasileiros. Aí então vou ver como é que se faz.
Ora vejam só! Trabalhou na moita, ninguém sabia desse seu lado “B”(ou virá a ser seulado “A”?) e deixa essa nota vaga sem dizer quando vai entrar no ar… Será por medo das futuras resenhas implacáveis dos críticos-clones? hehehehe
Muito antes que qualquer dublê venha espinafrar meu programinha, eu mesmo vou fazê-lo. Antes da estreia, publicarei a autocrítica.
Torço para que seja o surgimento de mais um grande documentarista, isso sim!
parabéns pelo doc e pelo blog, Carlinhos
Querido Carlinhos,
Vc e sua caracteristica generosidade! Quem sou eu para ensinar qualquer coisa a alguem?! Ainda mais a uma pessoa extremamente criteriosa, culta, honesta nas suas sempre construtivas observações que nos servem de guia, de roteiro, com a precisão de seus comentários fundamentados, elegantes e precisos.
Eu estou louco pra ver seu primeiro filme! Parabéns e bem vindo a esse outro lado do balcão.
Pó pará, Bigo, pó pará!
Peço o obséquio de avisar-me data e horário da exibição na TV.