O último programa da série Faróis do Cinema vai ao ar hoje no Canal Brasil, mais exatamente à 0h15 de terça para quarta. Um dos mavericks do cinema brasileiro, Roberto Farias conversa comigo sobre sua carreira, seu aprendizado e suas influências. A começar pelas sessões de cinema ainda no colo da mãe – ela, seu primeiro “farol”. Roberto discorre sobre seus tempos na Atlântida, ainda garoto, quando colheu as lições de Watson Macedo, J. B. Tanko e Carlos Hugo Christensen. Ele comenta, entre outras coisas, a maneira como a estética de Akira Kurosawa em Os Sete Samurais se refletiu em seu drama de denúncia social Selva Trágica. É este filme, aliás, que o Canal Brasil põe no ar em seguida aos 15 minutos da entrevista.
Faróis do Cinema foi uma experiência compensadora para mim e, creio, para toda a equipe liderada pelo diretor-produtor Marcelo Laffitte. Reunimos 15 cineastas diante de cinco câmeras para falar do cinema dos outros – e de como isso se refletiu em suas próprias obras. Jacques Cheuiche na composição das imagens, Rafael Rolim na edição e uma equipe de craques garantiram a qualidade técnica do programa. Eu fiz o que pude para puxar conversa e atrapalhar o menos possível o livro fluxo das ideias dos entrevistados. Espero que tenha agradado aos telespectadores.
Apesar da boa aceitação no canal, não há perspectiva concreta de continuidade para o programa. Mas como o guerreiro Laffitte não é de desistir facilmente, vamos torcer para surgir algum caminho de viabilização. Enquanto isso, mantemos o farol à meia-luz.