HERÓIS
O longa de Cavi Borges vai ser lançado hoje (sábado, 11/4), às 18h, na plataforma Vimeo. Em seguida, ele vai comentar o filme e conversar com os internautas na sua página do Facebook.
De alguma maneira, HERÓIS é um retorno de Cavi Borges a suas origens. Dos 4 aos 28 anos, ele treinou e competiu no judô, inclusive profissionalmente. Depois passou para o rinque do cinema, mas nunca perdeu a admiração pelo esporte. A partir de um projeto de curta sobre o campeão olímpico de 1992, Rogério Sampaio, Cavi estendeu suas câmeras também para a campeã mundial Rafaela Silva e o congolês Popole Misenga, primeiro refugiado a vencer uma luta de judô em Olimpíadas. A reunião desses três curtas deu origem ao longa HERÓIS.
Em comum nos três casos estão o sonho olímpico, a dedicação extrema e o treinador Geraldo Bernardes, que preparou judocas brasileiros para quatro Olimpíadas antes de se dedicar à formação de novos talentos num projeto seu e depois no Instituto Reação. Mas o que dá um colorido especial ao filme são as diferenças.
Rafaela Silva é fruto puro da iniciativa de Geraldo Bernardes. A euforia das cenas de sua conquista do título mundial em 2013 contrasta abruptamente com a modéstia da comunidade onde ela vive, na Cidade de Deus. Rafaela é exemplo do potencial de superação de uma condição desfavorável. O trauma de uma derrota em Londres em 2012 só foi debelado com muito empenho dela e de seus preparadores.
Já Rogério Sampaio, o mais velhos dos três protagonistas, vem de família de classe média de Santos e teve melhores condições de desenvolver suas aptidões. Enfrentou, porém, dois inimigos difíceis: a perda do irmão também judoca, que se suicidou, e o rompimento dos atletas com a Confederação Brasileira de Judô, que por pouco não arruinou sua carreira.
Por fim, o refugiado Popole Misenga traz para a cena a questão do acolhimento e da agregação identitária. Através do judoca, hoje casado com uma brasileira, somos apresentados à pequena comunidade de congoleses que mora em Brás de Pina, subúrbio do Rio. Um salão de cabeleireiro e uma igreja evangélica são pontos de reunião desses imigrantes, que se alegram ao poder falar a própria língua e saborear iguarias trazidas “hoje mesmo” (sic) da África.
Movido pela simplicidade e a simpatia, com esses três exemplos Cavi potencializa o seu querido judô como uma janela para se ver mais além dos tatames.
O filme estará liberado a partir das 18h no link abaixo: