Bem-vindos ao fim do mundo

Asas do Desejo

Nesta segunda-feira (4/10), às 16h, vou fazer o lançamento online do meu site-livro Paisagens do Fim – Cenários reais pós-catástrofe no cinema de ficção. Será às 16h, no canal Youtube do site Vertentes do Cinema (neste link), como parte da programação do Recine 2021, que começou quinta-feira.

O Recine traz uma vasta programação de mostras, homenagens e lives, no formato híbrido. No Estação Net Rio haverá sessões presenciais e, inaugurando o Espaço Estação Cavídeo, exposições em torno do cineasta Neville d’Almeida e da artista e diretora de arte Isabel Paranhos. Nas Casas Casadas, outra exposição celebra a produtora Imagine Filmes, de Noilton Nunes. A memória do cinema brasileiro é o grande motivo de celebração do evento pilotado por Cavi Borges. Retrospectivas vão homenagear as carreiras de cineastas como Eunice Gutman e Bebeto Abrantes. O site Vertentes do Cinema faz uma mostra de 12 curtas essenciais para a nossa memória cinematográfica. O programador Fabiano Canosa é objeto de mais uma homenagem.

O meu site-livro, de acesso gratuito, nasceu da insistência do meu amigo Julio César de Miranda, venerando cinéfilo carioca, para que assistisse à ficção científica A Estrela Sussurrante, do japonês Sion Sono. No filme, os cenários devastados pelo tsunami de Fukushima são usados como ambientação de diversos planetas, onde uma entregadora do futuro desembarca com seus pacotes. A partir dessa descoberta, interessei-me pelos muitodiferentes tratamentos que os cineastas aplicam a esse tipo de locação afetada por desastres ainda recentes.

Assim, depois de um ano de pesquisa e confecção do site-livro, Paisagens do Fim se apresenta como um estudo sobre filmes de ficção que utilizam cenários pós-catastróficos. Desde produções rodadas por David W. Griffith e Abel Gance na I Guerra Mundial até filmes sobre desastres recentes como os de Chernobyl, Fukushima e Mariana, eu examino o uso desses cenários pelos cineastas em seus projetos ficcionais.

Como as “ruínas do presente” são descortinadas pelas câmeras? Como os personagens se relacionam com esses espaços? Que relações simbólicas se estabelecem com os vestígios dos desastres? O tema me pareceu fascinante o suficiente para desenvolvê-lo num livro, que depois resolvi lançar em formato de site, com todas as vantagens que essa mídia oferece: inserção de imagens, trechos de filmes e hiperlinks para filmes e outros estudos sobre o assunto.

O Ocaso de um Povo

A relação entre o cinema e imagens de destruição é tão antiga quanto o cinematógrafo dos irmãos Lumière. Por outro lado, a fascinação das artes pelas ruínas vem desde o Renascimento, passando pelo Romantismo alemão e chegando até o fetichismo contemporâneo em torno de locais destruídos ou contaminados por catástrofes nucleares.

O site-livro está dividido em duas partes. No que chamo de Modo referencial, estão os filmes cujas locações se referem ao próprio evento que as afetou. Assim é, por exemplo, a famosa trilogia rodada por Roberto Rossellini nos escombros da Itália e da Alemanha devastadas pela II Guerra: Roma, Cidade Aberta¸Paisà e Alemanha Ano Zero. Na outra parte, intitulada Modo ressignificante, abordo filmes em que os cenários pós-catastróficos servem a outros significados puramente ficcionais, como é o caso de A Estrela Sussurrante. No total, abordo 47 filmes de várias épocas e procedências.

Na live de lançamento, vou apresentar o site em detalhes e discorrer sobre as funcionalidades desse tipo de publicação. Para assistir, basta acessar o Youtube do Vertentes do Cinema neste link às 16 horas da próxima segunda-feira, 4/10.

Vejam o trailer do site-livro:

2 comentários sobre “Bem-vindos ao fim do mundo

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