(El Cuerno de la Abundancia)
Fic chanchada. Parceiro de Tomás Gutiérrez Alea e um dos grandes diretores de comédias cubanas, Juan Carlos Tabío dá mostras de ter parado no tempo e perdido a mão nessa chanchada bem desgastada. Os boatos sobre uma fabulosa herança geram sonhos, precipitações e muitas confusões para um grupo de cidadãos de uma pequena cidade da ilha. Como de praxe, as críticas light à pobreza, à burocracia e à censura em Cuba fazem a porção mais palatável do roteiro. Mas o filme se compromete demais com um humor caricato em torno de traições conjugais, cortejando velhos chavões da sensualidade latina. As piadas metalinguísticas também soam mais antigas que as barbas de Fidel. O elenco é bom – sobretudo Jorge Perrugoría – e ainda melhor seria se não gritasse tanto, por vezes todos os atores ao mesmo tempo. Acho que Tabío exagerou no projeto de mostrar que seus conterrâneos, no fim das contas, convivem bem com suas carências de todo tipo. ♦