Em entrevista a O Globo de hoje, Henrique Goldman contou como o nome de Stephen Frears foi parar nos créditos de Jean Charles: “Ele me pediu que eu escrevesse um roteiro de 15 páginas para ele. Em troca, pedi para usar o nome dele como produtor executivo do filme. E, hoje, ele é um embaixador do filme”.
A crer na exata transcrição de suas palavras, eu nunca tinha visto uma confissão tão clara e singela de que o cargo de produtor executivo muitas vezes não significa mais que um apadrinhamento, uma pequena ação entre amigos. Pelo menos no cinema internacional. Daí tantos filmes com produção executiva de Francis Coppola (70 títulos no IMDB), Martin Scorsese (37) e outros godfathers.
Se um dia eu dirigir um filme, deixe eu pensar a quem vou pedir para ser meu padrinho, ops, produtor executivo.
Eu já tinha ouvido falar nessa prática, mas não por motivo tão banal. Que me desculpe o diretor de Jean Charles, mas essa justificativa publicada é quase infantil.
Sei, por exemplo, que Spillberg “assina” a produção executiva de alguns filmes sem assinar um cheque ou contrato que seja. Sua contrapartida está em comercializar o filme (se ficar bom, é claro).