Dizem qe vem por aí uma nova reforma na escrita da língua portugeza. Pelo qe entendi, as coizas ficarão do jeito qe escrevo aqi: cada letra corresponderá a um fonema espesífico e só a ele. Não averá mais nesesidade dese “h” mudo antes do verbo aver. Nem “s” com valor de “z”, nem “l” dito como “u” ou “g” soando como “j”. Poderemos esqeser a maioria das letras dobradas e aqelas puramente decorativas, como o “u” mudo depois de “q” ou “g”.
Já imajino a gerra qe antesederá uma eventual implantasão desa nova ortografia. O espanto será enorme diante de uma fraze como: “os ezersísios de oje presizam ser entreges até as sinco oras no gixê número sem”. Parte dos linguistas reclamará da falta de elegânsia dos novos testos. Outra parte elojiará a presizão qe o idioma vai adqirir na relasão entre som e signo. Afinal, cada letra vai valer o qe esprime, e não uma série de convensões firmadas através dos tempos.
Os nostáljicos xorarão o dezaparesimento dos insondáveis caprixos do “x” (quando tem o som de “s”, “z” ou “ch”?). Os gramáticos perderão poder no domínio das regras e esesões. Enquanto iso, os novos alfabetizados terão uma tarefa mais fásil, asim como os estranjeiros qe se dispuzerem a aprender a Última Flor do Lásio.
Só não sei se a reforma vai atinjir também os nomes próprios. Se asim for, preparemo-nos para ler Maxado de Asis, Esa de Qeirós, Jozé Saramago e Xico Buarqe nos termos do futuro fundamentalismo fonético.
Sem qerer soar antiquado demais, aqi me despeso com um abraso.
Hoje, 28/02 nO Globo, matéria sobre o Marques de Sade a partir dos tais 50 tons… “pode ser chocante para parte dos eXpectadores (sic)…” Por que não escreveu logo “xocante”??? Vou excrever maix sobre iço…sempre á materia nox jornaix. Aliáx carioca que ja fala xiado…
A coiza tá difísil
Acho que já está vigente: fi comprar um DVD do filme “Confissões de um comissário de polícia” em uma conceituada livraria na qual somos atendidos por jovens bem informados sobre livros, lançamentos, etc e o rapaz foi verificar no computador se já havia chegado e escreveu… “Confições”. Doeu. Constrangido, pensei “assim ele não vai achar mesmo”, mas acho que ele percebeu algo errado e, em dúvida, se era mesmo ç ou ss escreveu a palabvra pela metade:”Confi polícia”.
Para o bom computador, meia palavra basta.
acredite! estou rindo e me divertindo até agora. è tão bom o texto que preciso treinar sem gargalhar…
Vai rindo, Waleria… O negócio é sério 🙂
Xocada!
Date: Thu, 26 Feb 2015 13:19:44 +0000 To: valvillela@hotmail.com
Hahahha. ótimo texto e comentário!!!
Se levarmos em conta o nosso analfabetismo funcional, essa reforma já foi feita aqui no Brasil, só falta ser homologada… rsrs