Diversão de domingo:
Eu já estive na Turquia, nos anos 1990, mas nunca tinha ouvido falar em pehlivan. Este é um esporte tradicional do país, uma luta corporal em que os contendores se enroscam lambuzados até a alma em azeite de oliva. A peleja, também conhecida como turkish wrestling, é derivada das lutas greco-romanas e tem regras bastante peculiares. Entre os objetivos principais está expor o umbigo do oponente e alçá-lo inteiramente do chão pendurando-o pela calça besuntada. Para isso vale – e deve-se – enfiar as mãos dentro da calça do outro, contanto que não apertem os testículos ou invadam o ânus do bravo combatente.
Descobri o estranhíssimo pehlivan através desse curta feito em 1964 por Maurice Pialat. Reparem que o enfrentamento tem todo um ritual prévio e é acompanhado por música percussiva. O misto de força viril e sensualidade quase homoerótica é intrigante.
Pehlivan é um dos seis curtas realizados por Pialat na Turquia em 1964, antes de fazer seu primeiro longa. Eram encomendas do governo turco, que lhe chegaram através de Samy Halfon, produtor de Hiroshima Mon Amour. Apesar do caráter chapa branca, esses filminhos são pequenas joias que merecem ser conhecidas. A fotografia quase sempre em preto e branco de Willy Kurant é prodigiosa. Em alguns, a música de Georges Delerue é extremamente evocativa. Byzance tem texto de Stefan Zweig.
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