Dirigido por uma de suas ex-modelos, Farida Khelfa, este doc abre grandes espaços para outras parceiras célebres de Jean-Paul Gaultier. Carla Bruni e Dita Von Teese aparecem entrevistando o estilista, enquanto Madonna enfeita diversos momentos do filme. Nessas relações transparece bastante do diferencial de Gaultier frente a nomes aristocráticos de gerações anteriores, como Cardin, St. Laurent e Valentino. Ao contrário deles, Gaultier é filho do pop, do rock, da TV e do cinema. Nunca pretendeu ser um intelectual da moda. Esteve sempre com o pé no mundo do espetáculo e na atualidade.
O doc é um programa de televisão de 52 minutos, aditivados pela metralhadora oral de Gaultier. Ele reconta velozmente sua carreira, a formação do seu gosto, suas influências e preferências, assim como o romance com o companheiro Francis Menuge, morto pela Aids. Uma entrevista-base, muito material de arquivo, e basta para compor um perfil relativamente superficial. Os “choques sociais” provocados pelos desfiles de JPL passam batidos numa reportagem mais interessada em passar informações concisas que em investigar o sentido desse capítulo da história da moda.