As Hiper Mulheres é um hit de festivais brasileiros: ganhou prêmios em Brasília, Gramado e Curitiba, entre outros, foi exibido com sucesso em vários eventos da Europa e América Latina, e agora chega a seu teste de público (relativamente) comum com o lançamento na simpática Sessão Vitrine.
O filme é fruto maduro do longo processo vivido no âmbito do projeto Vídeo nas Aldeias, de Vincent Carelli, que comemorou 25 anos em 2011. A criação compartilhada pelo antropólogo Carlos Fausto, o cineasta não-índio Leonardo Sette e o diretor índio Takumã Kuikuro troca o olhar etnográfico “de fora” por uma expressão mais autóctone para contar uma história de ficção que soa como documentário. Índias de várias tribos se reunem numa aldeia Kuikuro do Xingu para festejar o ritual feminino do Jamurikumalu. É ocasião para a passagem da tradição dos cantos para as meninas e também para as habituais brincadeiras sacanas que caracterizam a versão indígena da “guerra” sexual.
Para quem já conhece o trabalho da Vídeo nas Aldeias, este filme é um passo além, tanto em termos de metragem como de hibridez entre os registros de documentação e encenação. Para quem não é muito íntimo, funciona como uma introdução deliciosa aos mitos e ao lúdico indígenas – que, aliás, não estão nada separados.
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