Now boarding: Emirados e Cingapura

Dubai Marina

Na madrugada desta quarta-feira estarei embarcando com a Rosane para mais uma viagem quase interplanetária. Após 14 horas de voo, desembarcaremos em Dubai, em plena comemoração do aniversário do Profeta e da fundação do país. Cinco dias mais tarde prosseguiremos para outros dois emirados árabes, Abu Dhabi e Sharjah. Em seguida, mais sete horas de avião e chegaremos a Cingapura.

A escolha desses destinos sucessivos, por mais estranha que possa parecer à primeira vista, não foi aleatória. Tanto os Emirados Árabes Unidos quanto a pequenina Cingapura são exemplos de países que se reinventaram pela economia e, como num passe de mágica, se integraram à elite do capitalismo internacional.

Dubai passou, em menos de 50 anos, de empoeirado centro comercial no deserto a megalópole de luxo ostentatório movido a petrodólares. A cidade tornou-se paradigma de arrojo arquitetônico, qualidade de serviços públicos e consumo escalonado segundo as posses de cada um. Até uma pista de esqui em recinto fechado pode ser desfrutada no interior de um shopping. Há quem a compare a um imenso canteiro de obras, visto que 1/4 dos guindastes usados na construção civil em todo o mundo encontra-se ali.

A mim interessam os prédios de ficção científica e as urbanizações audazes, como a Palm Jumeirah avançando pelas águas do Golfo Pérsico. Mas quero também conhecer os mercados, os bairros antigos restaurados com capricho, o movimento dos barcos no Creek e a magnífica pluralidade étnica que Dubai concentrou em sua saga de crescimento.

Abu Dhabi: Mesquita Sheik Zayed

Abu Dhabi, a capital, embora menos glamourosa, segue o mesmo caminho. Ali está a mais suntuosa mesquita do mundo, que leva o nome do Sheik Zayed, fundador da nação. E também o recém-inaugurado Louvre Abu Dhabi, primeira concessão do tipo feita pelo museu parisiense. A pequena Sharjah, por sua vez, funciona como um subúrbio de Dubai e é considerada a capital religiosa do país. Ostenta um celebradíssimo Museu da Civilização Islâmica, que não deixarei de visitar.

Por fim, Cingapura tem semelhanças históricas recentes com os EAU. A antiga aldeia de pescadores cercada de mato e depois colônia britânica tornou-se independente nos anos 1960 e, desde então, para combater a crise econômica, abriu-se completamente ao investimento estrangeiro, sobretudo americano. Um processo rápido de industrialização e aprimoramento de mão-de-obra colocou a cidade-estado no time dos “tigres asiáticos”.

Hoje Cingapura, tal como Dubai, é uma meca de grandes arquitetos e artistas internacionais. O capitalismo avançado se instalou sem maiores conflitos, combinando características orientais com traços europeus. O multiculturalismo e a diversidade étnica são expressos em três bairros contíguos: Chinatown, Little India e Kampong Glam (o bairro muçulmano).

Cingapura

No fim das contas, vamos conhecer duas realidades assemelhadas que, aos olhos de alguns, são inspiradoras para países menos desenvolvidos; aos olhos de outros, são monstros contemporâneos fundados na exploração do trabalho, na maximização do consumo e no fomento de grandes diferenças sociais. Nosso passeio será curto e, certamente superficial, mas alguma impressão pessoal haveremos de trazer.

Enquanto não volto para contar, vou postando fotos diariamente no Facebook e atualizando o blog esporadicamente com textos que já deixei prontos. Desejem-nos boa viagem.

4 comentários sobre “Now boarding: Emirados e Cingapura

  1. fiz o mesmo percurso no ano passado e a sensação de estar visitando países de “fantasia”, “fakes” foi o que de mais forte ficou. boa viagem e espero seus comentários.

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