(Un Barrage Contre le Pacifique)
Fic novelão. Tão próximo de suas origens, mas tão distante de seu melhor cinema, o cambojano Rithy Panh dá aqui sua contribuição aos novelões da Indochina colonial à francesa. Passado em 1931, quando Paris dava as cartas nos arrozais do Camboja, o filme transpõe um romance de Marguerite Duras sobre conflito de terras e de amores, perdas econômicas e corrupção moral. Na tela não vamos encontrar nem a poética seca de Duras, nem o gume afiado do Panh documentarista (S-21¸Os Artistas do Teatro Queimado, O Papel Não Pode Embrulhar a Brasa). Em vez disso, temos um pequeno espetáculo tradicional com personagens de comportamento incongruente, diálogos reiterativos e ambientação de minissérie de TV. Um anel caro, mas defeituoso, é apenas o mais recorrente dos muitos símbolos espalhados por uma narrativa melodramática e fria, que nem Isabelle Huppert é capaz de eletrizar. ♦♦
O filme do René Clément tinha o mesmo título em francês, mas no Brasil eu acho que recebeu o nome de “Terra Cruel”, com Silvana Mangano no papel equivalente ao da M. Duras. Um miscasting ?
Apesar da fora-de-série Huppert, deve perder muito para a versão homônima realizada por René Clement. Mas não vou tirar dúvidas…Em geral não vejo filme depois de mal cotado pelo Senhor do Blog…