O cartaz de hoje (0h15 de terça) na Mostra Beto Brant do Canal Brasil é O Amor Segundo B. Schianberg, longa-metragem lançado em 2009 e montado a partir de uma minissérie de TV daquele mesmo ano. Um homem, uma mulher, uma gata e um apartamento – é tudo o que o filme precisa para dar o seu recado. Nesse encontro entre uma videomaker e um ator, filmado na fronteira entre a encenação e o documentário, assistimos à dinâmica de uma relação ao mesmo tempo amorosa e profissional. A paixão, o sexo e a arte da performance frequentemente se confundem nos contatos entre Gala e Félix, as personagens vividas por Marina Previato e Gustavo Machado.
Eu conversei com Beto sobre esse trabalho, que é o mais experimental de sua carreira até agora. A entrevista vai ao ar antes do filme. Ele fala da linguagem de reality show empregada, da estrutura fragmentada e descontínua, da escolha de Marina Previato (mais uma mulher belíssima em seus filmes) e da presença maciça de referências artísticas no roteiro. Explica também quem é, afinal, B. Schianberg.
No dia seguinte (0h15 de terça para quarta), no mesmo Canal Brasil, o programa Faróis do Cinema vai trazer Vladimir Carvalho, o oitentão mais festejado do cinema brasileiro. No bate-papo, tratamos, claro, de documentários. Vladimir comentou o impacto de O Homem de Aran em sua juventude na Paraíba e o trabalho com Eduardo Coutinho em Cabra Marcado para Morrer, mas também a chegada do rock em João Pessoa com Sementes de Violência em 1955.
Uma curiosidade adicional é saber que um documentarista empedernido como ele se deixa tocar, ainda que pelos temas, por clássicos ficcionais como Rocco e seus Irmãos e Hiroshima Meu Amor. Por falar em Resnais, ele mostra como o documentário Toda a Memória do Mundo, sobre a acumulação de conhecimento exemplificada na Biblioteca Nacional da França, ressoou em O País de São Saruê.
Em seguida ao programa, de 15 minutos de duração, o canal vai exibir Rock Brasília, o doc mais recente de Vladimir.