Depois de 44 anos como crítico de cinema, experimento, finalmente, o prazer de ver um trabalho audiovisual ser apreciado por outros críticos, por amigos e por gente de cinema. Minha videomontagem Taiguara – Onde Andará teu Sabiá?, lançada no Vimeo no dia 1º de dezembro, já amealhou um bocado de referências simpáticas, generosas e até mesmo emocionadas. Além de mais de 3 mil visualizações neste link.
Compartilho aqui alguns trechos de textos publicados na imprensa, nas redes sociais ou enviados diretamente a mim:
“Garimpo precioso. Entendo que seria difícil levar para as telas por causa dos direitos autorais envolvidos, mas valeu o espetacular trabalho. Eu que o conheci bastante fiquei comovido. Bela homenagem a sua memória.”
Tárik de Souza, crítico musical
“Qualquer um interessado na música brasileira produzida a partir dos anos 1960 já ouviu Taiguara Chalar da Silva. Mas poucos têm a dimensão de sua obra e sabem de sua atribulada vida. Onde andará teu sabiá? oferece um precioso resumo.”
Antonio Carlos Miguel, crítico musical
“Taiguara é um artista pouco lembrado, embora com uma obra marcante e instigante. O vídeo recém-lançado é um ótimo resgate.”
Augusto Diniz – Carta Capital
“Taiguara adoraria ver o gesto de guerrilha do fã Carlos Alberto Mattos. Um trabalho empenhado, generoso, e um passo importante para que produtores mais “orçamentados” se interessem por esta figura absolutamente ímpar da música brasileira.”
Ivonete Pinto – Cinema Escrito
“A montagem, também assinada pelo diretor, é sagaz o bastante no sentido de ordenar fatos, iluminar questões, a ponto de superar a variedade de qualidade dos materiais da internet. É impressionante que um artista do quilate de Taiguara não tivesse um documentário resgatando e registrando sua obra. Agora tem!”
Alysson Oliveira – Cineweb
“O Taiguara que vemos no filme é mesmo um verbalizador incansável e vocacional. Tem a febre (e o dom) da palavra e mostra-se uma figura rara de artista com plena consciência do seu papel histórico. (…)Vendo-se (e ouvindo-se) o documentário aprende-se muita coisa.”
Luiz Zanin – blog Cinema, Cultura e Afins
“Em pesquisa exaustiva e muito bem-sucedida, Mattos trouxe aos nossos olhos, quase 30 anos depois da morte de Taiguara, imagens (e trechos de entrevistas) de imenso valor. (…) Mattos constrói sua narrativa, sendo seu diretor-montador-“produtor”, com muita habilidade. Não recorre nunca à muleta da narração em off. Usa alguns textos explicativos à moda das cartelas do cinema mudo (na medida certa) e potencializa a força das imagens e das canções. Conhecedor privilegiado do cinema documental brasileiro e internacional, Mattos lança mão de fragmentos de muitos deles para compor sua cinebiografia taiguariana.”
Maria do Rosário Caetano – Almanakito
“Taiguara: onde andará teu sabiá? consegue a todo momento amarrar à vida cultural rica do compositor o charme de suas belas canções, entrelaçando sempre com eficácia vida e obra.”
Marco Fialho – blog CineFialho
“O documentário Taiguara — Onde Andará Teu Sabiá? é laborioso na tentativa de fazer jus não somente à figura musical de Taiguara, mas também à política, ao prodígio artista de identidade e consciência latinoamericana.”
Paula Hong – Vertentes do Cinema
“Gostei muito, mesmo. Informa e emociona fugindo do modelo ‘cabeça falante’. Minha maior surpresa é o Carlinhos montador, belo trabalho de costura dos materiais de arquivo. Nasce um novo Escorel! Que seja o primeiro de muitos.”
Fabio Vellozo, Cinemateca do MAM
“O grande trunfo da vídeo-homenagem de Mattos é que ele se recusa a aderir totalmente aos registros da moda, sempre procurando subvertê-los, apostando no caminho de invenção com que Taiguara armou sua própria trajetória de vida.
Taiguara: Onde Andará Teu Sábia? não está sendo exibido em nenhum cinema, mas tem mais mérito do que 95% do que é colocado em cartaz pelos nossos cultos exibidores.”
Hamilton Rosa Jr., crítico e realizador
“Que bela recuperação desse nosso ídolo de juventude.”
Joel Zito Araújo, cineasta
“Quando eu era adolescente, adorava o Taiguara. Ele tinha um certo exagero romântico, uma certa riponguice, um certo esquerdalhamento que me faziam, e fazem, a cabeça. Tenho um disco em que ele está de calça roxa na capa, que escutei tanto que quase fiz um sulco no coitado.
Pois agora vi Taiguara – Onde andará teu sabiá?“, uma ótima videomontagem feita por Carlos Alberto Mattos, e gostei mais ainda do cara. Ele foi um camaleão: passou pelas músicas românticas, bossanovistas, afros, indígenas, políticas, etc…
Deu até pena que não fosse mais longo, o que é um bom sinal.”
José Roberto Torero, escritor
“Fui capturado por Taiguara – Onde andará teu Sabiá?, que defino como uma obra-prima! Fui tomado pelo pranto doce a cada nova cena em uma profusão de sentimentos, reflexões e desejos que se renovaram em mim. O filme de Carlos Alberto Mattos tem a relevância do trajeto histórico que contextualiza e atualiza a importância de Taiguara, inscrito em uma dimensão artística fina e rara que faz com primor o manejo brilhante de materiais de arquivo. Um filme para ser visto, revisto, compartilhado muitas vezes.”
Guto Neto, professor e realizador
“É deliciosa a forma como você conduz o espectador na melodia das canções e das memórias. e da história.”
Carlos Adriano, cineasta
“Assisti! me surpreendeu a excelente pesquisa e me emocionou esta retrospectiva da trajetória tão politizada deste cantor e compositor incrível.”
Theresa Jessouroun, cineasta
“A pesquisa e o trabalho é impressionante e imprescindível. Tem que ser divulgado ao máximo. Simplesmente sensacional. Merece todos os elogios.”
Duduka Monteiro, jornalista
“O trabalho de Carlos Alberto Mattos dá voz às múltiplas personas de Taiguara e se vale de algumas soluções narrativas para chamar a atenção para a singularidade do seu personagem. Sua força – e sua emoção – recai na habilidosa edição que destaca toda beleza da música de Taiguara, e é esta que permanecerá viva, desafiando os modismos e o tempo.”
Paulo Lima, escritor
“Ver teu trabalho me deixou muito feliz pois você conseguiu resgatar a complexidade e grandeza de seu trajeto musical e de vida. Parabéns! Feliz de ver Taiguara homenageado como sempre mereceu!”
Breno Kuperman, produtor de cinema e professor
“Que bonito o seu filme sobre Taiguara. Eu confesso minha ignorância e não conhecia. Grande personagem, muito lindo! Que cultura política. Adorei a ligação com Amilcar Cabral e o PAIGC. Parabéns e obrigado, fiquei mais rico depois de assistir!”
José Barahona, cineasta
“Taiguara, Onde Andará teu Sabiá?, videomontagem de Carlos Alberto Mattos, é como um recital, pleno de imagens e sons, sobre o afeto. Porque o que esse filme tem é afeto. Transborda de afeto com Taiguara, com sua música e com o espectador que o assiste.”
Frederico da Cruz Machado, cineasta
Restrições
É preciso dizer também que houve críticas pontuais à longa duração do vídeo, à extensão do espaço dedicado a Luiz Carlos Prestes, à ausência de uma melhor finalização de som e imagem, e à escolha do título.
Com tão efusivas e consagradoras críticas pela sua performance, Carlinhos, você está colhendo merecidos frutos ao resgatar, democratizar e dar ressonância à mitologia transgressora de Taiguara, persona admirável, mas, até aqui soterrada pela cultura oficial e, em razão disso, praticamente ignorada pelas novas gerações que amam a Música e o Cinema. Com a realização do seu documentário, você mostrou, como Camus, em “O Mito de Sísifo”, que o homem carece de uma forte motivação para cavar soluções criativas no enfrentamento de situações desafiadoras, juntando, no seu caso, para a materialização desse artefato artístico magistral, os cacos do “mobiliário” mais prosaico e essencial que tinha à mão, para conferir-lhe unidade, beleza e coerência admiráveis, culminando vencedor com seu projeto solitário, agora reconhecido e aplaudido por todos. Com ele, por certo, você apaziguou suas mais íntimas angústias e nos presenteou com uma obra artística e memorialística de raro valor, digna de todos os prêmios artísticos e humanitários disponíveis na “prateleira” dos seus afetos e admiradores mais chegados, pelo que muito lhe agradecemos. Parabéns!
Nelson, você e sua prodigalidade sempre entusiástica. Muito grato, amigo.