Três paradas da minha viagem ao Irã, em abril último, foram em sítios arqueológicos remanescentes da era de ouro do Império Persa, entre os anos 550 e 330 AC. Foi um período em que os persas dominaram parte importante do mundo antigo, aí incluídos não somente o atual Irã, sua base, mas também o Egito, o norte da Índia, a Macedônia, a Trácia, a Turquia e partes de Iraque, Paquistão, Afeganistão, Arábia Saudita, Jordânia, Israel, Líbano e Síria.
Desse poderio, hoje só podemos imaginar nas ruínas de suas duas cidades mais importantes. De Pasárgada, a primeira capital da dinastia Aquemênida, cantada como utopia nos versos de Manuel Bandeira, restam apenas a imponente tumba de Ciro, O Grande – o soberano que deu início à expansão do império – e vestígios esparsos de edificações numa vasta planície.
Mais impressionante é Persépolis, a capital das celebrações e festivais construída por Dario I. Mais que uma tarde inteira é necessário para percorrer os conjuntos principais de fragmentos de palácios, portões monumentais e escadarias decoradas com figurações da corte e cenas da mitologia persa. A cidade foi saqueada e parcialmente destruída por Alexandre, o Grande em 330 AC e gradativamente abandonada. Suas ruínas foram redescobertas por missões arqueológicas a partir do século XVII e hoje constituem Patrimônio Universal da Unesco.
No meu vídeo, incluí cenas de um filme rodado por ocasião da festa extravagante promovida pelo xá Mohammad Reza Pahlevi em Pasárgada e Persépolis, em 1971, para comemorar os 2.500 anos do Império Persa.
A poucas centenas de metros de Persépolis fica a necrópole de Naqsh e-Rostam. Quatro grandes túmulos escavados em forma de cruz numa imensa rocha abrigam os restos dos reis Xerxes, Artaxerxes, Dario I e Dario II. É um cenário de rústica imponência.
O vídeo mostra, ainda, um grande reservatório de água típico da Antiguidade e o famoso cipreste gigante de Abarkooh, um idoso de mais de 5.000 anos.
Para evocar a épica do Império Aquemênida, utilizei trechos da trilha sonora de Tyler Bates para o filme 300, de Zack Snyder, sobre a luta de Esparta contra os persas em 480 AC, no qual Rodrigo Santoro faz o papel de Xerxes.



Salve, amigo! Só pra registrar e dividir o nosso entusiasmo por esse incrível país! Abração
Salve, André! Estamos juntos nessa.
Obrigado, Carlinhos! Você povoou meu cérebro com atavismos imaginários e deslumbrou meu espírito com as visões das criações humanas. A melancolia que se instaurou em mim na sequência não é responsabilidade sua, surge da constatação de como o homem faz do seu percurso na Terra um roteiro de beleza e destruição, o cipreste por testemunha!
Charlinho, minhas viagens só se completam quando suscitam a sensibilidade de pessoas como você. Fico grato por completar essa.
Oi, Carlos! Documentários como este fazem pensar, dando novos significados à vida, esta nossa breve passagem pelo planeta. E agora, estou aqui mergulhado na tarefa de imaginar meus incontáveis antepassados que povoaram a Terra nesta época. Alguns provavelmente nas latitudes e latitudes persas. Ou seja, tua bela viagem me fez viajar pelo tempo e pelo espaço. Agradeço com forte abraço.
Prezado Joaquim, vou terminando bem o ano com seu comentário tão bem-vindo. Fico feliz que meu modesto vídeo de turista lhe tenha transportado dessa maneira. Um abraço e meus melhores votos de um Feliz Ano Novo.
Obrigado! Que 2024 seja um bom pra nós. Com paz, saúde afeto e alegrias. O resto é consequência. 👍