Um filme noir para divertir

ASSASSINO POR ACASO

Assassino por Acaso (Hit Man) não está à altura dos melhores trabalhos de um diretor responsável por Boyhood, Apolo Dez e Meio e a Trilogia Antes… Mas não deixa de ser um divertimento eficaz que mescla comédia, romance e uma trama típica de filme noir, com direito a narração em voz over e alguns enlaces tortuosos.

Gary Johnson (Glenn Powell), personagem rocambolescamente inspirado num cara real, se desdobra em três ofícios que requerem diferentes personalidades. É justamente sobre isso que ele dá aulas de Filosofia na Universidade de Nova Orleans, alternando horários com assistência eletrônica na polícia. Quando é convocado para uma nova função, ele será obrigado a simular muitas outras personalidades. Dissimulado sob várias aparências, vai fingir-se de assassino profissional para enquadrar os mandantes. A inverossimilhança desse esquema se dissolve no disfarce de comédia.

Mas eis que uma das mandantes é Madison, uma moça atraente interessada em matar seu marido abusivo. Acontece que Madison é interpretada por Adria Arjuna, a deliciosa atriz portorriquenha que justifica qualquer mudança de rumo na vida de um homem (sorry, Zendaya). É assim que, no bom figurino do noir, Gary vai se envolver com a moça ao ponto de colocar em risco o emprego, a integridade física e a liberdade.

Vem do noir também o amoralismo que bafeja os personagens principais. Gary vira “Ron”, um pseudo-matador de aluguel capaz de discorrer fluentemente sobre a melhor maneira de descartar um cadáver em pedacinhos. Sua relação com Madison passa por diversas fases, sempre na corda bamba entre a legalidade e o crime. É bobo e implausível, mas também divertido e charmoso.

>> Assassino por Acaso está nos cinemas.

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