A capital da Tunísia, onde estive em setembro de 2024, é uma cidade agradável, bem mais descontraída que a média das cidades de maioria muçulmana e de clima mais ameno que as regiões desérticas do país. As mulheres se vestem como querem, divertem-se em público e participam da política nas ruas – como se vê nas cenas da manifestação durante campanha presidencial que filmei.
O Royal Victoria Hotel, onde me hospedei e recomendo vivamente, era a antiga embaixada da Inglaterra e ainda retém uma decoração que hoje parece exótica. Fica na divisa entre a parte moderna da cidade e a antiga Medina. Da varanda do meu quarto, eu pude registrar cenas deliciosas na Place de la Victoire, que com sua imponente Porta do Mar marca a fronteira entre o velho e o novo em Túnis.
A Medina é um dédalo de vielas comerciais onde a cidade lateja durante todo o dia para esvaziar-se completamente após o primeiro chamado às orações noturnas da Mesquita Al Zeitoun (sim, de onde vem a palavra azeitona). Do outro lado, o centro da metrópole moderna é cortado pela vistosa e arborizada Avenida Habib Bourguiba, assim nomeada em homenagem ao presidente que modernizou o país na década de 1950. Ali eclodiu a Revolução de Jasmim em 2010-2011, semente da chamada Primavera Árabe.
Em minhas andanças com o guia-motorista Ala Eddine, visitei construções antigas como um armazém transformado em centro cultural e um dos vários mausoléus de saidis (santos muçulmanos), geralmente cuidados por uma família que habita no local. Margeei o Lago de Túnis para esticar até La Goulette, bairro famoso por ser o berço da atriz Claudia Cardinale.
Em matéria de arquitetura, Túnis tem poucos arranha-céus e um casario que mescla influências árabes e europeias. As ressonâncias históricas são muitas, do domínio dos impérios romano e otomano à ocupação francesa mais recente. O francês, por sinal, continua sendo uma segunda língua, amplamente utilizada pelo povo. A poucos quilômetros da capital ficam as ruínas de Cartago, sede de toda uma civilização.
No entanto, os resquícios mais deslumbrantes de outros tempos são os mosaicos romanos reunidos no belíssimo Museu Nacional do Bardo (Bardo é o nome do bairro). A incrível coleção dessas obras se estende pelas paredes e pelo piso do museu, retratando figuras míticas como Netuno, poetas como Virgílio, propriedades da época romana e muitas cenas de trabalho, especialmente de pesca.
Meu vídeo termina com os gatos onipresentes nas ruas tunisianas. Aproveitem as imagens e a trilha musical. Túnis in tune.




adorei viajar com você !
Welcome aboard!
Carlinhos, gosto demais de viajar com vc, ainda mais que há tempos não sou mais turista! Este vídeo mostra sua evolução como camera man, editor e sonoplasta! parabéns, quero mais! abraço paulistano de Vavy Pacheco Borges
Vavy querida, é muito bom ter você por perto. Um beijo, Feliz 2025!
Que relato primoroso Carlos! Maravilha… viajei um pouco com você.
Fico feliz com sua companhia, embora não saiba quem é.
sou o Murilo…