O ÚLTIMO MOICANO
O Último Moicano (Le Mohican) se passa na Córsega como podia se passar em qualquer lugar onde haja pessoas sendo intimidadas para ceder suas terras ou suas casas à especulação imobiliária. A Recife do brasileiro Paterno, ainda em cartaz, ou de Aquarius, por exemplo.
Na Córsega, essa peculiar ilha francesa em águas territoriais italianas, convivem duas realidades bem distintas. De um lado, uma juventude dourada que curte as belas paisagens rústicas. De outro, os pastores de ovelhas e cabras que habitam as montanhas.
Joseph Cardelli (Alexis Manenti) é um dos últimos pastores tradicionais de cabras corsas puras e não está disposto a vender suas terras para um grande empreendimento tocado pela máfia local. Sob pressão, ele acaba ferindo um mafioso e tem que fugir de perseguidores implacáveis.
Joseph é um personagem opaco e trágico na medida em que revida às agressões e acaba arrastando seus protetores para a morte. Mesmo assim, sua fama de fugitivo da resistência se espalha pelas redes sociais e lhe rende o apelido de “o último moicano”, entre outras homenagens e protestos de admiradores.
A forma como isso se propaga, a partir de postagens da prima de Joseph (Mara Taquin) e de um influenciador anônimo, soa um tanto ingênua no filme. Da mesma forma, a irreflexão do personagem central lhe rouba qualquer mérito, comprometendo uma leitura edificante de sua experiência. Mas talvez o objetivo do diretor e roteirista Frédéric Farrucci, nascido na Córsega, não tenha sido mesmo fazer um elogio do herói, e sim mostrar o contexto de um ecossistema ameaçado. Nisso O Último Moicano é relativamente bem sucedido, com um senso apurado de ambientação e uma atmosfera de violência palpável.
>> O Último Moicano está em cartaz no Reserva Cultural de Niterói e em cinemas de São Paulo.


Oi querido,
que bom que esse filme seja visto no Brasil…vi ele no ano passado em Venezia, muito bom mesmo sobre a triste realidade da isla … me preparando para proxima mostra, em breve ! Beijos Sylvie