Entre barcos e trens, as viagens pelos fiordes noruegueses estão entre as experiências turísticas mais belas do mundo. Eu tinha feito o percurso entre Oslo e Bergen em 1997, mas um defeito no cabeçote da câmera VHS me fez perder todas as minhas gravações. Jurei que um dia voltaria para filmar de novo.

Cumpri o juramento em setembro último, em meu passeio pela Escandinávia. Dessa vez, segui no sentido inverso, de Bergen para Oslo. Meu vídeo No País dos Fiordes está dividido em sete partes. A começar pelas vistas do avião, na chegada a Bergen, onde se divisam os vales inundados que formam os fiordes serpenteando na paisagem.

No barco de Bergen a Balestrand começa o deslumbre das águas repousando plácidas entre as montanhas. Volta e meia surge uma bela pequena cidade encravada à beira do fiorde e se estendendo nas encostas do vale. Dessas, uma das mais amáveis é Balestrand, onde me hospedei por dois dias.

Se existe algo próximo do paraíso na terra é Balestrand. É basicamente uma cidade de veraneio, com casas de madeira em vastos gramados, debruçada sobre o sereníssimo Sognefjord. O Hotel Kviknes é um marco histórico, onde já se hospedaram imperadores e astros como Tony Curtis, Janet Leigh e Kirk Douglas. Filmei os salões em fina madeira entalhada e ricamente decorados pelo artista Ivar Høyvik.

Meu quarto tinha duas pequenas varandas com vistas para duas faces do fiorde. Era tanta beleza que não dava vontade de sair dali, embora tudo ao redor fosse maravilhoso. A encantadora igreja medieval de St. Olaf foi a primeira do gênero que visitei nessa viagem.

De Balestrand fiz um passeio até o sopé da geleira Bøyabreen, no vilarejo de Fjærland. Em seguida, rumei de barco para Flåm no que talvez seja o trajeto marítimo mais bonito de todos. Cachoeiras e vilarejos graciosos se multiplicam pelas margens do Aurlandsfjord, com seus impressionantes paredões verdejantes.

Flåm é apenas uma escala rápida para refeição, compras e embarque no trem da Flåmsbana, a atração mais valorizada da região. As paisagens bucólicas são realmente fascinantes, mas a ferrovia é coalhada de túneis que frustram nosso olhar com frequência maior que o desejável. Diante da possante cachoeira Kjosfossen o trem estaciona e somos convidados a uma plataforma para assistir à performance de uma bailarina no papel de Huldra, mulher sedutora do folclore rural norueguês. A música soa bem alto e se mistura ao fragor da cascata enquanto a moça faz sua dança no alto do monte.

Em Myrdal trocamos de trem para seguir até Oslo através de montanhas, planaltos e vales. A paisagem aqui é mais rústica e desolada, mas belíssima, com geleiras imensas no horizonte e barracões isolados. Pareceu-me algo próximo da Islândia, que só conheço de filmes. Assim chega-se à capital norueguesa com os olhos agraciados de tanta formosura.

No final do vídeo, deixo uma chamada para o próximo, de Oslo, que ainda estou editando. Espero que vocês curtam as imagens e a trilha musical, que escolhi com o intuito de corresponder ao deleite que senti naqueles lugares.

Este vídeo não contém IA