Na década de 1980, os pesquisadores do cinema brasileiro viviam uma era bem diferente da atual, quando ainda não existiam e-mails, Google e outras ferramentas que atualmente colocam o mundo ao alcance dos dedos. As pesquisas eram feitas no papel, nas viagens e na consulta empírica aos acervos. Foi quando surgiram os Cadernos de Pesquisa, editados pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB), primeiramente com o apoio da Embrafilme. Foram publicados quatro números dos Cadernos, que hoje constituem peças raras em coleções. Eles representaram um momento importante na divulgação da pesquisa cinematográfica brasileira, através da edição de trabalhos que foram fundamentais para o estudo da história do nosso cinema.
Os tempos mudaram, mas o CPCB continua a agregar pesquisadores das várias regiões do país e a restaurar filmes brasileiros como Menino de Engenho, O País de São Saruê, Aviso aos Navegantes, O Homem que Virou Suco e A Hora da Estrela. Agora, com o patrocinio da Petrobras, o Centro está publicando uma quinta edição (especial) dos Cadernos de Pesquisa. O primeiro lançamento será neste sábado, no campus Gragoatá da UFF, por ocasião do encerramento do IV Congresso do Forcine – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual.
Professores de cinema de todo o país vão receber em primeira mão a publicação que reúne 10 artigos assinados por pesquisadores como João Luiz Vieira, Selda Vale da Costa, Solange Stecz e Vladimir Carvalho (veja sumário abaixo). Fui responsável pela edição, juntamente com Myrna Silveira Brandão, presidente do CPCB. Cuidamos para que estivessem representadas as diversas regiões onde existem núcelos do CPCB.
O número especial é dedicado à memória de José Tavares de Barros (1936-2009), um dos fundadores da entidade e idealizador dos Cadernos de Pesquisa. Dele está sendo publicado um texto original de 1978 sobre o filme mineiro Tormenta (1931).
Ah, a montagem fotográfica da capa (acima) é trampo aqui do bonitão.
Sou Do Rio de Janeiro, não sabia que vendia quando entrei em contato com IBAC informaram que os livros já tinham sido repassados.Sabendo onde encontrar pode me passar.
Opa! Tudo certo, Carlos?
Gostei da dica. Estou muito interessado nesse material. Toda referência estruturada sobre o cinema brasileiro é uma cornucópia de conhecimento. Se não for trabalho, pode me orientar acerca de onde posso conseguir um exemplar? Gostei do “trampo do bonitão”. Na hora que você rasgou a roupa do Super-Homem, com toda certeza sobrou algum pedaço por cima do terno do Clark Kent que passou despercebido 🙂
Grande abraço!
Tomara que não fique igual ao Dicionário de filmes Brasileiros, que só vai para faculdades, escolas e afins.Compraria de boa os dois.
Thalita, não sei se você se refere ao Dicionário do Antonio Leão Silva Neto. Ele é vendido em livrarias, sim, pelo menos naquelas que têm uma boa estante de cinema. Quanto aos Cadernos de Pesquisa, além da distribuição em instituições, eles serão entregues gratuitamente a pessoas do meio em festivais e eventos do CPCB. Dependendo do estado em que você mora, posso lhe dar uma dica de como obter.