Sérgio Ricardo grava seu show Cinema na Música nesta terça
Quando completou 85 anos, no ano passado, Sérgio Ricardo estreou o show Cinema na Música, no qual, junto a sua filha, a cantora Marina Lutfi, e alguns músicos de primeira, repassou sua carreira de cantador de filme. Assisti a uma dessas apresentações e juro que me emocionei com a poesia eriçada e as melodias impregnantes do velho SR.
O cinema brasileiro deve a ele trilhas sonoras possantes como as de Deus e o Diabo na Terra do Sol e dos seus próprios filmes A Noite do Espantalho (um raro grande musical brazuca), Juliana do Amor Perdido, Esse Mundo é Meu, O Menino da Calça Branca e o recentíssimo Bandeira de Retalhos. Clássicos como Barravento (baseada no filme de Glauber), Zelão e Calabouço desfilavam no show, enquanto um telão mostrava cenas dos respectivos filmes.
Glauber Rocha um dia disse dele:
“Sérgio Ricardo, embora seja sambista com mistura de morro e asfalto, tem paixão pelo Nordeste, tem a vantagem de ser cineasta e sabe que música de filme é coisa diferente: tem de ser parte da imagem, ter o ritmo da imagem, servir (servindo-se) à imagem.”
Pois o compositor, poeta, cordelista, cineasta, pintor e ativista popular ocupa o palco do Centro de Artes UFF (a “Reitoria”, em Niterói) nesta terça-feira, 2 de outubro, às 20h, para um show de gravação do DVD e do CD Cinema na Música. O espetáculo será aberto ao público com ingressos vendidos na bilheteria a 70 e 35 reais.
Sérgio vai dividir o palco com as filhas Marina e Adriana Lutfi (vozes), o filho João Gurgel (voz e violão), Lui Coimbra (violoncelo); Marcelo Caldi (piano e acordeon); Alexandre Caldi (sopros), Diego Zangado (percussão) e Giordano Gasperin (baixo). Como se não bastasse, ainda haverá participações especiais de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Dori Caymmi e João Bosco.
A direção é de Marina Lutfi. E muitas das cenas que estarão na telona do Arte UFF foram filmadas por ninguém menos que Dib Lutfi, irmão de Sérgio.
Como se vê, esta é uma família que domina música e imagem como poucas.
Em Sergio Ricardo, música e cinema são uma só coisa. Parabéns pelo espetáculo.
Maravilha!