Hoje estou completando 70 anos. Olho para mim mesmo e me assusto: como cheguei até aqui? Sempre achei essa idade um marco difícil de alcançar. E no entanto o atingi, sentindo-me vivo e relativamente forte.
O número setenta possui uma redondice pontiaguda, se é que me entendem. Tem um quê de ímpar, embora seja par. Sua pronúncia sugere uma flecha sendo disparada. Uma pesquisa rápida no Google me fornece algumas ressonâncias curiosas:
70 anos era a meta adotada pelos gregos para se atingir o ápice da sabedoria.
O luto pela morte do touro Apis, na mitologia egípcia, durava 70 dias.
Versão dos Setenta: assim se chama a versão grega do Velho Testamento feita em Alexandria por judeus do Egito.
Setenta Apóstolos foram os primeiros seguidores de Jesus mencionados no Evangelho de Lucas.
Segundo o relato de indígenas ao explorador Francisco Orellana, havia 70 tribos de Icamiabas, mulheres associadas ao mito das amazonas.
Eram 70 os presos políticos enviados ao Chile como exigência para a libertação do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher em 1970. Setenta é o título do filme de Emilia Silveira sobre o episódio.
No romance Setenta, de Henrique Schneider, um bancário é confundido com um militante e preso pela ditadura em 1970.
Para minha mitologia pessoal, é tempo de começar a pensar seriamente na finitude. Tempo de fazer escolhas mais seletivas, trabalhar menos e sorver melhor as belezas que a vida ainda me reserva. Tempo de mudar um pouco meu estilo de vida. Escrever menos, publicar com menor frequência, deixar de ser movido pelas demandas sem fim das redes sociais e do mercado cultural.
É o que pretendo, mas, ora, quem sabe se conseguirei? Quantas vezes na vida cogitamos essas coisas somente para seguirmos em frente sem mudar absolutamente nada? Como lidar com um trabalho que, ao mesmo tempo que ocupa e cansa, também satisfaz e diverte? Onde fica a utopia do ócio criativo?
A busca continua…
Oi, Carlos!
Seja feliz, porque você merece! É uma intimação! NÃO OUSE DEESOBEDECER!
Obedeço humildemente, querido Joaquim.
Carlinhos
Saiba que no dia seguinte ao que completei 70 anos tive a primeira entrevista com o Ruy Guerra que entaõ me autorizou a fazer sua biografia.
Preciso dizer mais pra te dizer quanta coisa boa vc ainda pode ter pela frente?!
Meus votos de saude e força de vida!
abraço carinhoso
Vavy pacheco Borges
Vavy querida, nada poderia ser mais estimulante do que suas palavras. Palavras de quem sabe viver. Te mando um beijo carinhoso.
Carlito,
Como assim 70!!!!!!????? o tempo voa! e vc está tão jovem!
que sua curiosidade arguta e seu desejo de contar historias, através de seus artigos, de suas fotos, de suas biografias nos alimentem ainda por muitos e muitos anos.
bj carinhoso,
Lucia
Tudo de bom e de lindo! Independente do ritmo que você se propor, saiba que é sempre um prazer e um aprendizado te ler.
Parabéns, Carlinhos. 70 anos é tudo. Quem me dera tê-los. Você está jovem e vai continuar conosco no seu blog por muitos, muitos anos. Abraço amazonico .
Salve!!! 70 equivale a 50 atualmente!
Enjoy !!!
Muita vida feliz e muita saúde sempre!
Salve, Carmattos! Saúde, disposição e tranquilidade! Estou quase dois anos à sua frente, com todos esses questionamentos, incertezas, decisões… Vamo que vamo! Parabéns. Abçs.
Parabéns pela nova idade e obrigado por dividir a sabedoria em tantos ótimos textos. Abraços.
Carlos Alberto, parabéns!
Em agosto empato com você. A cada dia tenho mais pressa de realizar o que pretendo. Parece que não vai dar tempo… Mas acho que nossa geração chega aos 90, fácil.
Abraço.