O JOGO DA RAINHA
A primeira coisa que me vem à mente diante de O Jogo da Rainha (Firebrand) é perguntar como Karim Aïnouz foi parar à frente desse filme de intrigas palacianas na Inglaterra do século XVI. Em sua estreia na direção de uma ficção estrangeira, Karim salta para um antípoda do seu cinema habitual, eivado de informalidade e erotismo.
O maior trunfo desse filme é contar com um Jude Law gigantesco (física e artisticamente) no papel de Henrique VIII, um serial killer de esposas, paranoico, tirânico e patético. Quando ele volta de uma viagem à França com a perna gangrenada e a têmpera humilhada, encontra a corte agitada pelo ativismo dos adeptos da Reforma de Martinho Lutero. A popularização da Bíblia em inglês dos protestantes desafiava o rei e a Igreja Católica romana. Sua sexta e última esposa, Katherine Parr, tivera um encontro secreto com uma amiga de infância que se tornara uma das líderes rebeldes. O bispo Stephen Gardiner fará de tudo para torná-la suspeita de traição – política e conjugal.
Em contraste com a exuberância de Jude Law, a performance de Alicia Vikander como Katherine padece de uma opacidade confusa. Como aliada da conspiração e autora de suas próprias orações, ela precisava mesmo dissimular seus sentimentos. Mas isso não explica a permanente inexpressividade da atriz, inclusive quando Katherine está sozinha, longe de qualquer testemunha.
Esse é um dos problemas que impedem O Jogo da Rainha de aspirar a uma real grandeza. Aïnouz conduz a encenação dentro dos padrões de filmes de época, sem qualquer brilho além da pronta eficiência. Em alguns momentos, como um banquete repleto de fanfarronices de Henrique, a direção insinua do que seria capaz se não estivesse presa às convenções de gênero e tendo de compor com uma produção razoavelmente rica e muito codificada.
O filme foi escrito por duas roteiristas mulheres a partir do romance de Elizabeth Freemantle. É uma abordagem revisionista que parece uma intriga a mais. Em termos de história (ou de fake history, como se referiu o crítico britânico Peter Bradshaw), tem o mérito de jogar luzes sobre a figura de Katherine Parr e sua capacidade de correr riscos em nome de uma ideia progressista. Chamá-la de protofeminista talvez seja um exagero menor. O maior foi colocá-la como assassina, num frontal acinte à verdade dos fatos.
>> O Jogo da Rainha está nas plataformas Prime Video e AppleTV.


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