Na Vila de Noel

NOEL ROSA, UM ESPÍRITO CIRCULANTE

Que ninguém se deixe enganar pelo título, que remete ao cinema espírita. Noel Rosa, um Espírito Circulante é um simpático recuerdo da figura do compositor, trazido por velhos e novos sambistas, além de moradores de Vila Isabel. Joana Nin não arreda pé do bairro onde nasceu e floresceu Noel. Morto aos 26 anos, ele deixou uma memória que se espraia pelos muros, as placas e a mitologia da Vila.

A crônica visual desse pedaço da Zona Norte do Rio de Janeiro convive no filme com as lembranças dos mais velhos e a adoração dos mais novos pelo autor de Feitiço da Vila entre mais de 200 músicas compostas em sua curta vida. Dos arquivos audiovisuais ou sonoros emergem Aracy de Almeida, Cartola, Braguinha, Cyro Monteiro e Marilia Batista. Diante da câmera estão hoje Mart’Nália, Dori Caymmi e Zé Renato, entre outros. Edu Krieger defende a tese de que Noel foi um roqueiro avant la lettre, enquanto a sambista Euza Borges o classifica como “um espírito circulante”. Habitantes desconhecidos mas orgulhosos de Vila Isabel trocam ideia com a estátua de Noel.

A Vila não vive só dele, a gente sabe. Lá está a potência da escola de samba Unidos de Vila Isabel. Lá estão Moacyr Luz e seu Samba do Trabalhador, que reúne multidões às segundas-feiras. Mas em tudo se encontram os rastros de Noel Rosa. Esse documentário procura reuni-los numa estrutura meio solta, saltando de um procedimento para outro, sem grandes compromissos com a unidade, nem pretendendo inovar no seu gênero.

>> Noel Rosa, um Espírito Circulante está nos cinemas. 

 

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