Notas sobre a série NA TRILHA DO SOM e o média-metragem SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO VIGIADO
Chico e outros trilheiros
Estreia nesta segunda (17/6), no Canal Curta!, a série documental NA TRILHA DO SOM, primeira investida na realização audiovisual do crítico e DJ Marcelo Janot. Em oito episódios, Janot apresenta o perfil de oito compositores de trilhas sonoras do cinema brasileiro.
O primeiro episódio é com Chico Buarque, em comemoração aos seus 80 anos. Com o jeitão simples e simpático de sempre, Chico comenta as canções que compôs para filmes como Dona Flor e seus Dois Maridos, Bye Bye Brasil e Joana Francesa, além da participação como ator em Quando o Carnaval Chegar. A relação de Chico com o cinema é coisa que ainda merece ser bem explorada, e aqui está um ótimo tira-gosto. Para os torcedores do Fluminense, como Chico e Janot, o compositor e boleiro nos brinda com uma gostosa surpresa.
Já vi também os episódios com Plínio Profeta e André Abujamra. O papo com Plínio é o mais didático dos três, uma vez que o músico entra bastante no mérito das composições e na relação com os diretores dos filmes, sobretudo Selton Mello, um de seus principais parceiros. Abujamra, transbordante de irreverência e criatividade, conta histórias hilariantes de sua convivência com Hector Babenco e outras aventuras no mundo das trilhas.
Cada episódio tem uma cara própria, mas todos se encontram numa ideia bacana de Janot: ele pede que cada compositor sugira um tema para si próprio, que é incluído no programa.
A cada segunda-feira estreará um episódio, sempre às 20h30:
17.6 – CHICO BUARQUE
24.6 – ANTONIO PINTO
01.7 – ANDRÉ ABUJAMRA
08.7 – PLINIO PROFETA
15.7 – DAVID TYGEL
22.7 – DJ DOLORES
29.7 – GILBERTO GIL
05.8 – REMO USAI (póstumo)
Um teaser:
Tire o meu rosto da sua mira
A realizadora Maria Rita Nepomuceno vai lançar nesta terça, 18/6, às 18h30, na Cinemateca do MAM o documentário de média metragem Sorria, Você Está Sendo Vigiado. Partindo da pesquisa professor e historiador Paulo Cruz Terra, que conduz as entrevistas e também assina o roteiro com a diretora, o filme propõe uma discussão sobre o uso da tecnologia de reconhecimento facial no âmbito da segurança pública.
Desde que, no início do século passado, a identificação de criminosos adotou o método fotográfico, os erros e condenações injustas se acumulam nos anais policiais. Com o advento das novas tecnologias de monitoramento eletrônico, essa possibilidade se agravou, tendo na mira especialmente jovens negros. Sobre isso, Paulo Cruz Terra ouve ativistas, políticos e outros pesquisadores que atuam na resistência a essa prática.
No dia 21 de junho, sexta-feira, o média-metragem de 35 minutos chega ao canal do YouTube “Tire o meu rosto da sua mira”.



Importante notar a ausência de compositoras na série.
Quero muito assistir!