AS PRIMEIRAS
O documentário reúne cinco entre as primeiras jogadoras a integrar a Seleção Brasileira de Futebol Feminino, em fins dos anos 1980. Todas oriundas e ainda hoje vivendo em subúrbios pobres do Rio de Janeiro. São elas: Marilza (Pelezinha), que hoje tem um carrinho de venda de hamburgueres; Marisa, que treina crianças com camiseta da Secretaria de Esportes e Turismo; Maria Lúcia (Fia), que administra um trailer-bar; Rosilane (Fanta), que atua numa escolinha de futebol; e Leda, que treina meninas jogadoras e labuta no Uber.
Elas jogavam no clube Radar, fundado por Eurico Lyra em Copacabana, e no Bangu, cujo patrono era Castor de Andrade. Ao que parece, era um tempo em que as jogadoras eram muito masculinizadas, e essas continuam assim até hoje. Marisa não esconde que tem uma companheira com quem pretende firmar união estável. Pelezinha conta como foi induzida pelos cartolas a se viciar na cocaína e como conseguiu se ver livre da dependência. Comentam também que eram exploradas, lesadas, controladas e excluídas da convocação quando reivindicavam seus direitos.
O filme as acompanha durante a Copa de 2022, criando assim um contraponto curioso. Elas se reúnem em algumas ocasiões, quando a direção deixa o papo correr solto, sem exigir que “rendam” para o filme. Rola até uma certa cacofonia divertida, quando relembram a estada na China em 1988.
Pena que o tema mesmo do jogo e das circunstâncias de serem jogadoras naquela época, quando o futebol feminino era proibido, fique um tanto de escanteio. Podia ser mais efetivo como relato de um poneirismo, mas é sem dúvida um filme smpático e curioso.
>> As Primeiras está em cartaz em cinema de São Paulo e nas plataformas Vivo Play e ClaroTV.


“Ao que parece, era um tempo em que as jogadoras eram muito masculinizadas, e essas continuam assim até hoje.” kkkkkkkkkk Depois reclama que ninguém te lê.
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