Marjoe Gortner é um ator e celebridade de segunda classe que tem no currículo dezenas de participações coadjuvantes em filmes de ação e séries de TV nos EUA. Antes de começar essa carreira, ele fez sucesso como pregador evangelista precoce. Aos quatro anos de idade, o menino-prodígio já fazia sermões acalorados e ministrava matrimônios.
No documentário Marjoe, vencedor do Oscar da categoria em 1973, ele é o protagonista. Vemos o rapaz pregando na juventude. Como um Mick Jagger evangélico, suas performances contagiavam os fiéis e catalisavam a histeria religiosa de senhoras, senhores e senhoritas.
Mas o filme de Sarah Kernochan e Howard Smith parece ter marcado também a sua despedida das igrejas. Diante das câmeras, ele desconstrói toda a farsa que protagonizava, forçado – e até torturado – desde cedo pelos pais, também pastores evangélicos. Sem papas na língua, revela os truques que usava para arrancar dinheiro dos fiéis, deixando claro que esse era o modus operandi de todos os pregadores. As cenas de Marjoe nadando nos dólares das coletas e festejando os favores de Deus são de arrepiar os cabelos. Os pais dele tinham até terras no Brasil, que pretendiam vender para o agronegócio.
É difícil imaginar que uma daquelas pobres pessoas ludibriadas pelo espetáculo de Marjoe não se revoltassem depois de ver o filme. Ou talvez nem acreditassem no que viam, e pensassem que o filme, sim, é que seria uma farsa. Ainda hoje seu efeito deveria ser devastador para esses mercadores da fé e da esperança alheias.
Para quem quiser conferir Marjoe, postei o filme legendado no Google Drive. Deixo lá por 15 dias. O link para assistir ou baixar está aqui. E mostrem o filme para aquelas suas amizades evangélicas.

E ainda tem gente que cai nessas falcatruas…
Que loucura!!!